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Ficha completa do filme

Drama

A Noite (1961)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 1

A parte do meio de uma famosa trilogia sobre o tédio e a incomunicabilidade. Um casal em crise vai a uma festa da alta burguesia, onde fica mais clara a dificuldade de comunicação entre eles. Marcello é um escritor que se interessa na festa pela jovem morena Valentina (Monica Vitti, na época a musa do diretor, em participação especial e pequena), embora tivesse problemas com um amigo muito doente (feito pelo diretor alemão Bernhard Wicki). Foi uma filmagem cheia de problemas, já que Antonioni também não era bom para se comunicar e La Moreau, dublada, se rebelou contra ele. Mas a fita é especial, cheia de grandes caminhadas (há uma longa seqüência em que Jeanne passeia pela cidade sem maior sentido). Envelheceu mal este clássico italiano que parece "A Noite Vazia", de Khouri (ou vice-versa?). Antonioni brinca no Making of que conseguiu comunicar a incomunicabilidade que até então era assunto inédito.

Mas o filme está prejudicado aqui por uma versão em tela cheia, que corta pedaços de rostos e estraga os enquadramentos tão importantes para um diretor que usa poucos diálogos. Isso prejudica o filme e sua compreensão. O que é uma pena porque a edição é caprichada, principalmente por trazer um documentário da RAI, inédito aqui, chamado "Michelangelo: Antonioni" ("Antonioni: um Sguardo qui a cambiato il Mondo", de Sandro Lai e Daniel Piccioni) - uma coletânea preciosa de entrevistas raras do diretor (e também de cenas onde ele ganha grandes prêmios) em toda sua carreira. Traz ainda uma cena inédita de "Aventura" (o jogo do sapateiro). Venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Traz ponta de Umberto Eco como ele mesmo na festa.

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