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Ficha completa do filme

Drama

Viver a Vida (1962)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005
Nota 1

São mais interessantes os filmes de Godard de princípio de carreira. Onde suas inovações ainda não tinham sido absorvidas ou imitadas, onde não abusava de citações literárias (ainda que presentes, como de Edgar Allan Poe e do filme "O Processo de Joanna D´Arc", de Dreyer). E era charmoso contar um filme quase sem diálogos, sem explicações psicológicas, dividido em doze quadros (ou capítulos) e ainda por cima dedicado aos filmes B americanos (o que também ainda não tinha caído na moda).

É claro que é preciso ver o filme sobre essa perspectiva, e curtir ousadias (mostrando personagens de costas por longos períodos), os longos movimentos de câmera para os lados, idas e voltas do fotógrafo Raoul Coutard e a desdramatização da narrativa (muito ajudada pela dinamarquesa Karina, então mulher de Godard, que é uma bela mulher, mas uma atriz fria).

O filme foi feito com uma espécie de segunda presença, a câmera não apenas grava, mas é um unidade vital, cujos movimentos nos deixa consciente do que vemos em volta dela, olhares aqui e acolá, explorando o espaço que ela ocupa, especulando, investigando.

A música de Michel Legrand também é anticonvencional. Isso tudo impressionou muito na época, dando ao filme o Prêmio Especial do Júri em Veneza, mais o prêmio Pasinetti. Ou seja, estudantes de cinema precisam conhecer.

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