As Aventuras de Tom Jones (1963)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 08/09/2009

Nota 4

É estranho que até agora tenha ficado inédito no Brasil este filme vencedor de 5 Oscars, inclusive o de melhor filme do ano (um exagero mas os outros concorrentes eram fracos). Levou também os Oscars de roteiro (o importante dramaturgo John Osborne que criou o movimento Angry Young Man), diretor para (Tony Richardson), e trilha musical (John Addison). Foi indicado ainda para ator (Finney), coadjuvante (Griffith) e três coadjuvantes femininas (Edith Evans, Diane Cilento e Joyce Redman), e direção de arte.

Mas a grande injustiça é a ausência de montagem, já que hoje todo mundo sabe que o filme foi salvo na montagem por Anthony Gibbs (se repararem é o uso da edição rápida e inventiva, que dá o tom humorístico ao filme, assim como o uso da trilha musical buliçosa e leve). Acontece que o diretor teatral Richardson era na época pouco experiente e filmou tudo com câmera na mão, tudo muito solto sem grande planejamento.

Foi a montagem com narrador e recursos de metalinguagem que tornaram o filme um sucesso, embora hoje tenha envelhecido (em parte por causa de ter sido muito imitado). É uma adaptação de livro do século 17 de Henry Fielding (1707-1754) e nada tem a ver com o cantor pop homônimo (que simplesmente roubou o nome). Nesta edição não restaurada (licenciada da MGM/Samuel Goldwyn), há cenas escuras e o filme não tem mais o visual que impressionava. Um momento clássico é a seqüência em que Tom e Jenny Jones (Redman), mostravam sua volúpia através da comida.