A Queda do Império Romano (1964)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003

Nota 1

Um narrador explica logo no começo que a queda do Império Romano não foi causado por um único fato e foi um processo que durou trezentos anos. Mas o roteiro escolheu situar a ação no ano 186 DC, onde o imperador era Marco Aurélio, que lutava contra tropas germânicas às margens do Danúbio.

Se a história lhe parecer familiar é porque "Gladiador", de Ridley Scott, repetiu praticamente a mesma situação e personagens. Mas nem ele tinha o dinheiro para reconstruir o esplendor da Roma antiga como fez aqui o produtor Samuel Bronston (o cenário do Fórum romano foi considerado o maior já construído em todos os tempos). Ele utilizava dinheiro americano congelado na Espanha e aproveitava elencos internacionais em produções épicas, tão notáveis que acabaram levando-o, a seguir, à falência.

O filme funciona bem melhor em Widescreen, onde se observa o bom gosto do diretor Mann ("El Cid") na composição das imagens. Há cenas espetaculares mas o filme já denuncia a confusão nos bastidores, porque o império do produtor também já estava em franca queda. A Trilha Musical de Dimitri Tiomkin foi indicada ao Oscar e ganhou o Globo de Ouro.