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Ficha completa do filme

Drama

Agonia e Êxtase (1965)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 22/03/2005
Nota 3

Adaptação do best-seller de Irving Stone, uma superprodução que inclui até um minidocumentário de 12 minutos sobre a obra de Michelângelo antecedendo o filme. Dirigido com elegância pelo competente britânico Sir Carol Reed (1906-76), do clássico "O Terceiro Homem" (1949), o filme é estruturado no conflito entre as duas personalidades fortes, o Papa Júlio II (Rex Harrison), conhecido como melhor guerreiro do que pontífice, e o irascível e incontrolável Michelângelo (Charlton Heston).

O filme tem alguns clichês tradicionais, como dar um interesse romântico platônico para o artista - que era homossexual na realidade, o que só é vagamente sugerido -, mas é muito feliz ao detalhar o gigantismo do trabalho de Michelângelo no teto da imensa capela, mostrando as proporções da pintura e a trabalhosa técnica do afresco - que consistia em colocar reboco fresco na parede e pintar sobre ele, preservando o resultado para a eternidade.

Charlton Heston, acostumado a fazer santos e heróis, costumava colocar tons sombrios e agressivos em suas caracterizações e seu Michelângelo funciona bem, em especial nos confrontos com o Júlio II muito bem composto por Rex Harrison (1908-90), que foi indicado ao Globo de Ouro pelo papel. O filme também teve indicações para o Globo de Ouro de roteiro e para os Oscars de fotografia, som, figurino, direção de arte e para a boa trilha musical de Alex North (1910-91).

O documentário do prólogo tem música do amigo de North, Jerry Goldsmith (1929-2004). O italiano Adolfo Celi (1922-86), que faz o cardeal da família Médici que tenta ajudar Michelângelo junto ao Papa, foi casado com Tônia Carreiro e trabalhou na Vera Cruz como diretor e roteirista de "Caiçara" (1950) e diretor e produtor de "Tico-Tico No Fubá" (1952).

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