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Ficha completa do filme

Drama

Os Pecados de Todos Nós (1967)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 4

Desta vez o título nacional está correto. Ainda que abrangente e fugindo da intenção nada moralista da escritora Carson McCullers em que foi baseado este filme bizarro e doentio, que exerce uma estranha fascinação nos espectadores.

Foi o único encontro na tela dos amigos Elizabeth e Marlon, porque ele aceitou o papel na última hora (por 750 mil mais dez por cento da renda) porque Montgomery Clift havia morrido antes de poder rodá-lo. Todo o projeto havia sido concebido para ajudar Clift em sua carreira, já que ele era muito amigo de Elizabeth.

Com sua morte prematura, o projeto perdeu parte do sentido, até porque a Warner impediu também que o diretor Huston o rodasse em tons dourados (como sugere o título original). Na verdade, há uma teoria também que isso chegou a ser feito e rejeitado. Mas nunca se viu essa versão até agora.

Para a época em que Hollywood começava a se libertar das amarras da censura ele é muito ousado, resultando num verdadeiro catálogo de taras sexuais. Ou seja, Brando faz um oficial militar que tem seu homossexualismo reprimido e isso o atormenta.

O objeto de sua paixão é um esquisito soldado (o novato Forster que anos depois seria redescoberto por Tarantino) que gosta de andar pelado montado num cavalo e que além disso, é um voyeur que entra na casa de Brando para observar a mulher dele, Elizabeth, dormir.

A mulher de outro oficial (Julie) corta os bicos dos seios com uma tesoura de jardim e seu empregado é um filipino abertamente gay (e que conta a história que lhe dá o título, sobre um pavão dourado em cujo olho, o mundo é um mero reflexo).

Há cenas de nudez (Elizabeth está dublada), um momento onde ela bate no marido com um chicote e outras perversões. Foi rodado na Itália porque Elizabeth não queria pagar impostos nos EUA. Merecia uma discussão mais profunda. Sai na "Coleção Marlon Brando" da Warner, que absurdamente eliminou dois títulos da edição americana, ambos famosos, a super produção "O Grande Motim" e a comédia "A Casa de Chá do Luar de Agosto".

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