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Ficha completa do filme

Drama

La Luna (1979)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 3

Após o polêmico "O Último Tango em Paris" e o panfleto comunista, "Novecento", o diretor italiano Bernardo Bertolucci realizou esse filme menos bem sucedido, que anunciava uma decadência que se estenderia por anos, até a volta triunfal com "O Último Imperador", em 1987.

Novamente abordou temática polêmica (incesto), provocando outra vez escândalo e censura, numa visão excessivamente freudiana (na época, ele estava muito envolvido com a psicanálise e o filme parece um panfleto sobre o Complexo de Édipo).

A tortuosa relação de uma cantora de ópera (a americana Jill, que ficou famosa como "Uma Mulher Descasada", mas acabou não dando certo) com o filho adolescente que se droga (Matthew Barry, que não fez mais nada de marcante e acabou virando diretor de casting), torna-se ainda mais neurótica quando ela deixa aflorar a sexualidade entre os dois.

Mais discreto do que o texto sugere, e com uma conclusão ambígua, mesmo assim muitos acharão ultrajante a forma casual como o assunto é abordado. Além disso, o filme é desnecessariamente alongado e carecia de um elenco melhor. Jill chegou a ser indicada ao Globo de Ouro, obviamente mais pela ousadia do que pela performance, e o novato Barry não consegue segurar um personagem difícil e complexo.

A bela fotografia de Vittorio Storaro ajuda, mas não consegue sanar as deficiências do conjunto. A grande estrela italiana Alida Valli faz o papel pequeno, mas importante da avó. Franco Citti, dos filmes de Pasolini, aparece dançando com o rapaz no bar (ao som de Bee Gees).

E o futuro diretor, então comediante conhecido apenas na Itália, Roberto Benigni, tem uma pequena pontinha como o rapaz que instala cortinas. Originalmente o filme era da Fox.

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