Talvez o filme mais famoso de Fassbinder, que sai numa copia de boa qualidade. Ganhou dois Ursos de Prata em Berlim, Melhor Atriz e Menção pelo Resultado, David de Donatello, indicado ao Globo de Ouro.
Mas ainda é um filme estranho, que parece ser uma alegoria do próprio milagre alemão do pós-guerra com um final inesperado (e também simbólico). Foi o primeiro de uma série de quatro filmes sobre mulheres nessa fase de transição do nazismo para o capitalismo ("Lily Marlene", "Lola" e "Veronika Voss"), cada uma delas representando, segundo o diretor, uma etapa.
Seria uma crônica dos anos 50, uma fase de reconstrução a partir das ruínas, o renascimento de uma nação. Ela chegou a ser comparada com Scarlett O'Hara, mas o contexto é muito diferente e se foge do melodrama. Ainda assim o filme deixa a gente meio desconcertado.