Psicose III (1986)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006

Nota 2

Anthony Perkins (1932-92) interpretou pela terceira vez o sinistro e patético personagem Norman Bates, sob a condição de também dirigir. Mas foi uma estréia infeliz, usando um fraco e derivativo roteiro, dirigindo com mão pesada, num filme confuso e sem ritmo que se apóia por completo na mitologia da série, com várias cenas dos filmes anteriores.

Começando exatamente onde "Psicose II" terminava, mostra Bates apaixonado por uma ex-freira tão problemática e sexualmente perturbada quanto ele, enquanto tem problemas com um novo empregado do motel e uma repórter sensacionalista que quer obter um furo. Mas claro que Norman continua obcecado pela presença da mãe morta.

Infelizmente tudo é pobremente articulado, ocasionalmente de mal-gosto (uma das vítimas morre enquanto está no banheiro), com erotismo deslocado e vários momentos simplesmente copiados do filme original (como a queda de costas na escada).

Perkins dirigiria apenas outro filme, a modesta e igualmente ruim comédia "Um Homem de Bom Gosto" ("Lucky Stiff", 1988). A série teria mais um exemplar feito para a tevê em 1990, que era uma espécie de prólogo e onde ele fazia uma participação menor.