Ficou inédita em nossos cinemas esta fita muito pessoal e autobiográfica do diretor e roteirista Levinson. É uma comédia de costumes, com tons de sátira muito admiradas pelos americanos. Mas é um filme de papos, de conversas e personagens, mais do que de situações. Seu humor nasce do contraste entre os estilos de vendedores. Dreyfuss (que não tem o menor escrúpulo armando contos do vigário com os colegas, como fingir que é da revista Life e que irá fazer reportagem sobre a nova casa do cliente) e DeVito (que freqüenta bares com os amigos, onde um deles tem um diálogo divertido sobre o seriado "Bonanza", numa época onde referências à cultura pop eram raras no cinema).
Depois da batida entre os carros dos rivais ambos prometem vingança, de forma que Dreyfuss conquista a esposa do outro (feita com muita sensibilidade por Barbara Hershey), mas como o casamento está em crise, este prefere abdicar dela. Uma fita feita de pequenas ironias e amarguras, por isso mesmo seu impacto é relativo. Não se dá grandes risadas, mas, afeiçoa-se aos dois (anti) heróis.