Cry-Baby (1990)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005

Nota 1

O charme desta edição é ser uma versão estendida do filme, na verdade com apenas cinco minutos a mais. Foi a primeira tentativa do diretor Waters, vindo do cinema de vanguarda de Baltimore (onde fazia fitas com o travesti Divine, do qual o mais famoso foi "Pink Flamingos", onde este comia cocô de cachorro) em fazer um filme para Hollywood.

Ou seja, se conformando com as regras e imposições dos estúdios, inclusive a auto-censura. Basicamente é uma réplica à "Grease", só que tem termos de total sátira, mesmo paródia, ou seja, uma farsa caricata e escrachada dos anos 50, trazendo participação especial de alguns ídolos da época (Troy, Joey) e ainda a turma do diretor (a velha Mink, a gorda Ricki, a milionária Patricia Hearst como a policial que ensina a atravessar a rua), além da ex-atriz pornô Traci Lords, fazendo a vamp da escola e o roqueiro Iggy Pop como um tio excêntrico e caipira.

Certamente a volta da fita agora em DVD é por causa da nova popularidade de Depp, que tentava se livrar da imagem do seriado "Anjos da Lei". Ou seja, a busca da excentricidade já se iniciava aqui, com topete e tatuagens (algumas já dele).

O filme não chega a ser tão engraçado quanto se esperava, nem tão ultrajante, por causa do estúdio fica num meio termo que o prejudica. James Intveld e Rachael Sweet dublaram o casal central nas canções, já que a trilha tem muitas canções da época, a ponto de poder ser classificado de musical.