Na Cama com Madonna (1991)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002

Nota 1

Grande evento no Festival de Cannes, sucesso nos cinemas no Brasil, este é um documentário mais ousado do que os outros. Não é só filme-concerto (embora mostre vários números a cores de Madonna no palco na tour de Blond Ambition) mas um revelador documento sobre os bastidores da atriz-cantora-estrela.

A câmera a persegue por toda parte num exercício de voyeurismo que além de, por vezes querer chocar (como Madonna demonstrando como fazer sexo oral com uma garrafa de água), também é revelador. Mostra Madonna fazendo um gesto de desprezo quando Kevin Costner faz um falso elogio, desprezando seu então namorado Warren Beatty, confessando o amor por Sean Penn (o ex-marido), conservando com sua amiga íntima (e meio caso) Sandra Bernhard, confessando uma iniciação lésbica com uma amiga (que nega tudo), se envolvendo na vida gay de seus bailarinos, nos problemas de sua própria família.

Há muita cena posada e exibicionista mas também por vezes Madonna se desnuda psicologicamente. Fica feia (bonita), solitária (embora adulada), chegando-se a entrever a mulher por trás da estrela. Maior defeito: tem meia hora a mais.

Historicamente o filme serviu também para lançar o ator espanhol Antonio Banderas no mercado americano. Depois da propaganda que Madonna faz no encontro com ele, Banderas foi chamado por Hollywood onde fez sucesso. Parte de "Madonna , a Coleção".