Exótica (1994)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 08/01/2008

Nota 1

Sempre achei superestimado o trabalho de Atom Egoyan, diretor canadense nascido no Egito e de origem armênia, que durante uns tempos foi protegido do Festival de Cannes (onde ganhou um absurdo prêmio da crítica por este filme). Agora que ele caiu de moda e nunca fez o grande filme que prometia, já se pode ver mais claramente este drama, que não é erótico como pode parecer.

Ele constrói uma história intricada, complexa, com tramas paralelas, vidas cruzadas, com resultado quase sempre trágico. Há muitos segredos, personagens estranhos, tudo construído como um pequeno quebra-cabeças (cheio de espelhos; as informações podem ser revertidas). Não fornece nem mesmo um final convencional. Mas sem dúvida há um certo fascínio numa história contada de maneira tão anticonvencional, em ambientes bizarros, com narrativa embaralhada. Revelou o bom ator Greenwood, que faz o contador que acompanha a cliente da boate, mas esconde um segredo de seu passado. Um filme de arte para públicos especiais.