Durante décadas, o governo de Fidel Castro foi notório por sua perseguição aos homossexuais, que eram colocados na cadeia e até em campos de concentração. Mas houve uma mudança na política do Partido Comunista, então em plena ação, mudando de idéia e admitindo que os gays também eram humanos e dignos de respeito.
E de repente, Cuba permitiu e até incentivou a realização deste drama antiquado e bobinho, sobre um romance homossexual (nunca em detalhes porque não era permitido) com situações românticas, começando com o doce do título (que por sinal, não era comum no Brasil mas desde então virou moda aqui).
Obedientemente a crítica mundial consagrou o filme, mesmo com suas deficiências, que chegou a ser indicado ao Oscar de Filme em Lígua Estrangeira (um feito, considerando que Cuba é inimiga dos EUA), Goya de Filme Estrangeiro, Urso de Prata em Berlim, cinco prêmios em Gramado.
O diretor Alea (1928-86) o mais famoso de Cuba, já estava doente de câncer quando rodou o filme e por isso teve um co-diretor (faria mais um outro trabalho, "Guantanamera" no ano seguinte).
A atriz Mirta Ibarra era mulher de Alea. Perrugoria depois trabalharia no cinema espanhol e brasileiro ("Navalha na Carne", "Estorvo"). O filme apesar de tímido e até antiquado, ao menos se esforça em ser humano, sensível e liberal.