Jack (1996)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003

Nota 3

Por que um diretor consagrado como Coppola teria aceitado um projeto tão sentimental e obviamente medíocre? Certamente estava precisando de dinheiro para investir em seus vinhedos ou em seu hotel. O fato é que não precisava ter feito esta comédia dramática, que é basicamente um veículo para Robin Williams exibir seus trejeitos, até com um toque de ternura e tragédia.

Não há como negar, porém, que o filme tem um acabamento de primeira. Com excelente fotografia de John Toll, direção de arte do excepcional Dean Tavoularis e um intrigante elenco (Cosby faz o guardião do herói, e Jennifer Lopez antes de virar superestrela é a professora).

A história é boa e poderia resultar numa discussão profunda da natureza humana e de nosso tempo limitado. Dificilmente poderia haver algo mais emocionante do que a história de uma criança que envelhece a olhos vistos, como se seu relógio interno fosse acelerado. Mas não se pode esquecer que é um filme Disney. Ou seja, censura livre, para rir, chorar e fazer todo mundo sentir-se bem. Diane Lane, que faz a mãe de Jack, é a atriz favorita de Coppola, com quem trabalha pela quarta vez.