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Ficha completa do filme

Drama

A Cor do Paraíso (1999)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 4

Nunca escondi que não sou especialmente fã do cinema iraniano. Mas sempre que venço a barreira, acabo gostando. E por vezes, muito. Este "A Cor do Paraíso" eu vi em DVD americano e fiquei estonteado.

A fita ganhou alguns prêmios em Festivais menores (Gijón, San Diego, Giffoni) mas merecia mais. O diretor fez depois "Baran" (que foi indicado oficialmente ao Oscar de Filme Estrangeiro de seu ano, mas não ficou entre os finalistas) e antes "Os Filhos do Paraíso" (que não tem maior relação com este filme, a não ser no título e na qualidade).

É impressionante como um cinema tão vitimado pela censura, pela perseguição, pelas restrições políticas e religiosas consegue fazer fitas tão humanas, tão sinceras e mesmo cruéis. Em geral, eles têm problemas técnicos (porque são muito pobres), mas isso não sucede aqui, onde a fotografia é um esplendor.

A história é extremamente tocante (e magnificamente bem representada, aliás como de hábito, em particular pelas crianças). O herói é um menino, Mohammad, que vive num instituto para cegos em Teherã, esperando pelo pai que deve vir buscá-lo.

O problema é que o pai não quer saber dele, porque só atrapalha sua vida e seus planos de ter um novo casamento (mulher nenhuma e principalmente a família dela não quer saber de ter de cuidar de um menino cego). Como não tem outra saída, leva o garoto para a região montanhosa onde vivem.

O menino adora a região e sente saudades de lá e é bem recebido por sua avó, a única a entendê-lo. O pai continua frio e pensa em levar o garoto para ser aprendiz de um marceneiro que também é cego.

Não haverá final feliz, não estamos em Hollywood. Com extrema poesia, delicadeza, completo domínio da imagem o filme é certamente um dos melhores do ano. É preciso descobri-lo.

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