Depois do desastre de "Marte Ataca", Burton deu a volta por cima com esta fita, que consegue ser ao mesmo tempo estranha e diferente, violenta e poética, divertida e original. E mais uma vez com seu ator-fetiche Johnny Depp (fizeram juntos "Edward, Mãos de Tesoura").
Conseguiu isso rodando na Inglaterra, grande parte em estúdio, com uma esplêndida direção de arte e simplesmente fazendo uma releitura de um conto gótico clássico norte-americano do século 19, de Washington Irving. Talvez de forma sombria e um pouco violenta demais para crianças, mas dentro da tradição do antigo teatro "grand guignol" francês ou do "gore" americano.
O importante é que em geral Burton fazia filmes com bons pedaços que não conseguiam se unir numa narrativa fluente. Melhorou muito. Seu filme tem personagens atraentes, um visual extraordinário e o elenco - de primeiríssima linha - faz coisas surpreendentes. Voltou à forma e ao sucesso.