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Ficha completa do filme

Ficção Científica,Suspense

A Cela (2000)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002
Nota 3

Dá para entender porque uma atriz gosta de expandir seus horizontes e escapar do chamado "type casting" (quando faz sempre o mesmo tipo de personagem) mas Jennifer Lopez foi longe demais neste filme.

A atriz/ cantora conhecida por seu corpo escultural (melhor dizendo, seu traseiro fora do comum para americano), fazendo o papel de uma cientista/ psicóloga e mulher altruísta realmente é forçar bastante a barra. E se torna uma falha que torpedeia uma fita no mínimo visualmente interessante.

O filme foi realizado por um estreante em longa, veterano de comerciais e video-clips (e isso fica mais do que óbvio pelo elaborado visual da fita) que procurou se diferenciar do super explorado tema do"serial killer que está à solta fazendo novas vítimas" fugindo para a ficção científica e até para o surrealismo. Realmente toda a direção de arte, toda a "cara" da fita é muito diferente (há um momento mesmo em que Jennifer aparece como Iemanjá).

Mas o resultado é mais bizarro do que bem sucedido, porque o esplendor das imagens estranhas não tem seu paralelo na trama. Por isso mesmo, o filme lá fora depois de estrear bem acabou por decepcionar. Jennifer não convence nunca (a maior parte do tempo está posando com o figurino estranho do japonês Eiko Ishiola e April Napier). Já na primeira cena há uma imagem rodada no deserto africano, onde ela está tentando ajudar a salvar um dos pacientes, um garoto que está em coma. Logo depois a trama se desenvolve: Jennifer está experimentando uma metodologia radical inventada por Dr West (Dylan Baker), onde uma pessoa é capaz de penetrar na mente de outra. Os resultados porém tem sido insatisfatórios até quando um agente do FBI (o duvidoso Vince Vaughan, que foi o astro da refilmagem de "Psicose") pede ajuda deles para resolver um caso de um serial killer (Vincent D'Onofrio) que captura e tortura mulheres e a mais recente delas, Julia (Tara Subkoff) ele aprisionou numa espécie de cela que irá se encher de água e eventualmente afogá-la.

A idéia seria usar aterapia e penetrar na mente do louco Stargher e encontrar a localização do esconderijo. Isso dará margem à uma direção de arte cheia de imaginário fetichista e sado-masoquista, onde Jennifer irá literalmente "viajar" pelo subconsciente do outro. Há outro problema porque toda essa situação já é colocada nos primeiros 40 minutos da história e depois disso as próprias fantasias acabam se tornando repetitivas, sem conseguir construir muito clima de suspense e limitando o interesse.

Mesmo o nome não é dos mais convidativos. Resta então a sensualidade inegável de Jennifer, a suntuosa recriação das imagens por computador ou cenografia, um filme que é mais uma festa para os olhos (mesmo que doentio) do que um desafio para a inteligência.

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