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Ficha completa do filme

Animação,Musical

Fantasia 2000 (2000)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2001
Nota 3

A marca Disney é tão forte que muita gente esquece que Walt Disney (1901-1966) era um artista e até mesmo um gênio. Seu sucesso foi merecido, fruto de uma inquietude e ousadia, desde o primeiro desenho animado de Mickey (em 1928), o primeiro desenho em Technicolor (1933), o primeiro desenho em longa metragem (Branca de Neve e os Sete Anões, 1937).

Nem mesmo depois do sucesso mundial, deixou de experimentar, pesquisar, procurar novas formas de entretenimento e principalmente de animação. O maior deles foi também seu maior fracasso de bilheteria "Fantasia". A intenção original de Disney era realizar diversas Fantasias, ou seja, de tempos em tempos, misturar episódios antigos com outros novos, quase como um concerto ilustrado e periódico.

Foi dentro desse espírito que 59 anos depois surge este, que teve a honra de ser a primeira estréia do ano (nos EUA, ele estreou nas salas gigantes do IMAX, que tem quatro andares de altura, com exclusividade por quatro meses, infelizmente no Brasil não havia nenhuma sala aparelhada com esse sistema).

Mas nada consegue esconder a decepção. Este novo, repete os erros sem acrescentar acertos. Traz sete novas seqüências e uma reprise, a do famoso Aprendiz do Feiticeiro (em que Mickey tenta imitar seu mestre Mágico e se dá mal) mas a desigualdade técnicafica flagrante e irritante. O fato é que o novo Fantasia é medíocre,aborrecido para crianças, frágil demais para adultos. A fórmula hoje está desgastada. Todos os episódios são razoáveis mas o todo não convence, nem agrada, nem empolga, nem inova.

Bette Midler é a única que ao menos relembra tentativas de se fazerem outros episódios que não deram certo, que seriam "A Cavalgada das Valquírias", de Wagner e outro baseado em Salvador Dali. O filme começa com algumas cenas do original para depois mostrar uma orquestra e quatro minutos da Quinta Sinfonia de Beethoven, com imagens relativamente abstratas.

"Os Pinheiros de Roma" não tem nada a ver com acidade, são dez minutos de visual New Age, com baleias pulando e voando. O famoso "Rapsódia em Blue", de Gerswhin aproveita o traço do cartunista Al Hirschfeld (como Disney havia pensado originalmente) para fazer um retrato intrigante mas não bem sucedido de Nova York nos anos vinte (são doze minutos, entrecortando entre quatro temas paralelos).

Para muita gente, o ponto alto é o Concerto de Shostakovich que serve para ilustrar a história infantil de Hans Christian Andersen, do Soldadinho de Chumbo de uma perna só, o mais habilmente ilustrado e animado.

Segue-se o Carnaval dos Animais de Saint-Saens, um episódio curto sobre flamingos que é pouco mais que uma piada. Volta o Aprendiz (mas a esta altura seu filho já deve estarreclamando, impaciente) mantendo-se a versão original do maestro Leopold Stokowski. Mickey reaparece para dar as mãos para o novo maestro, James Levine, mas logo vem Pompa e Circunstância de Elgar, que serve para ilustrar uma visão do que teria sido a Arca de Noé. Só que a diferença é que o papel central é do Pato Donald.

Finalmente, conclui-se com. "A Suite do Pássaro de Fogo" de Stravinsky, sete minutos ecológicos em que se dá vida a uma floresta devastada pelo fogo. A gestação deste projeto foi longa demais,não é coisa de 2000 porque a própria Disney a superou com sua animação por computador com Dinossauro. Edição nacional fala como sempre em Bênus sem explicar o que é.

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