Miss Simpatia (2000)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2001

Nota 1

Foi a própria Sandra Bullock quem produziu esta bem-sucedida comédia, provando que ela conhece suas qualidades e limitações. É um filme para os fãs de Sandra, os que concordam com o título e a acham uma gracinha e uma simpatia.

A falha mais óbvia é que apesar de interessante, ela não tem as qualidades físicas para ser uma miss, nem altura, nem corpo, nem postura, nem tipo ou idade. Por isso mesmo escolheram com muito cuidado as outras que são candidatas junto com ela, todas mais velhas e não especialmente bonitas para dar um mínimo de verossimilhança para a situação.

O diretor Donald Petrie também teve o cuidado de assumir a farsa, o tom de brincadeira desde o começo, de forma que o personagem da agente do FBI está perto da caricatura, quase masculinizada. Candice Bergen (numa caricatura descontrolada e sem limites, a pior coisa do filme) faz a diretora do concurso e William Shatner (o Capitão Kirk de "Jornada nas Estrelas") está particularmente discreto e eficiente no papel do apresentador.

A fita não tem qualquer pretensão, é apenas uma comédia que se contenta em mostrar Sandra sendo transformada de policial machona numa possível miss (quem cuida da transformação é Michael Caine, um especialista no assunto, homossexual e a melhor coisa do filme). As confusões são muito previsíveis e não especialmente engraçadas, já que incluem uma sub-trama romântica, de Sandra com um colega policial (feito por Benjamin Bratt, ex-namorado na vida real de Julia Roberts).