UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Drama

Sexo por Compaixão (2000)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 4
Sexo por Compaixão

O cinema mexicano confirma sua ótima fase numa fita inesperada e que merece ser descoberta, até porque tem uma história, um argumento que é dos mais brilhantes (e deixa a gente com inveja, porque o cinema brasileiro não consegue inventar tramas tão inteligentes quanto esta?).

Não conhecia a diretora Laura Mañá, que é atriz, espanhola de nascimento e fez depois outra fita em 2002 ("Palabras Encadenadas"). Foi ela também que escreveu o roteiro (ou seja, é sua a idéia) numa fita que ganhou prêmios em Festivais secundários (Guadalajara, Miami, Malaga e passou em Rotterdan). Mas que me encantou.

Talvez custe um pouco a começar até situarem a história no que é basicamente uma fábula um pouco à moda do realismo fantástico (para esse clima contribui o fato de que a fita começa em preto e branco e num determinado momento passa para colorido). Mas é basicamente uma comédia sobre uma mulher muito boa, Dolores, bastante religiosa, que vive numa vila mexicana decadente. Mesmo quando o marido a deixa, ela continua prestando favores e caridade a todos. Até o dia, em que resolve dormir com um homem muito infeliz, fazendo amor com ele, ouvindo-o também (não se mostra demais qual o seu segredo).

O fato é que o sujeito sai dali transformado. Ela fez amor por compaixão como diz o título e dessa maneira modifica a cidade, aos poucos vai "consolando" todos os homens da cidade (as mulheres que eram amigas dela fingem não perceber que os homens melhoraram tanto em casa, que vale a pena se fingirem de bobas). Até o ponto em que formam filas na porta de sua hospedaria/bar (ela não compra, mas aceita donativos para a Igreja que precisa ser reconstruída). Até o ponto em que vem uma caravana de prostitutas pedir para ela parar com seu serviço de caridade porque está atrapalhando o negócio delas. E assim por diante.

Não queria contar muito mais. Basta dizer que o filme consegue solucionar a trama de forma adequada, é muito bem interpretado (em particular pela atriz central, que não é muito atraente - Elisabeth Margoni, mas tem uma figura humana e simpática) e revela muitos aspectos da natureza do bicho homem, do seu comportamento social e hipocrisia, de nossas qualidades e fraquezas, que chegam a ser comoventes e muito divertidas também. Para ser descoberta e recomendada.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo