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Ficha completa do filme

Drama

A Última Fortaleza (2001)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003
Nota 1
A Última Fortaleza

Durante meses, a distribuidora "Dreamworks" discutiu se devia ou não lançar nos nossos cinemas (ou diretamente em vídeo) este filme depois que ele foi mal nos Estados Unidos (para um orçamento de 60 milhões não chegou aos 20 de renda). Talvez porque Robert Redford já não tenha mais o mesmo prestígio ou a mesma figura (envelheceu e não quis fazer plástica). Talvez porque seu tema, muito patriótico, não tenha sido bem aceito (curiosamente a fita foi feita antes do 11 de setembro, mas foi lançada depois, com apenas quatro meses de pós-produção). De qualquer forma, o final irá provocar alguns narizes virados, algum ressentimento por aqui.

Realizado pelo antigo crítico de cinema Rod Lurie ("A Conspiração"/"The Contender") e que também estudou na Academia de West Point, ou seja, ele entende do assunto, é uma mistura de gêneros: fita de prisão com fita de militares. O roteiro é de um novato (David Scarpa) e do autor de "Velocidade Máxima" Graham Yost. Muita gente viu nele um tom anti-autoridade que lembra as fitas dos anos 70. Lurie é mais medíocre e não comete ousadias. Não inova em nada ao mostrar a prisão.

O filme só ganha bastante com a figura ainda carismática de Redford como o general que desobedeceu o comando para evacuar durante uma missão em Burundim, uma decisão que o levou à execução de oito homens. Pouco se fala de sua vida particular (embora Robin Wright Penn, numa participação não creditada, é a filha que o acusa de "nunca ter sido um pai para ela"). O Coronel Winter de Gandolfini (um tipo diferente e um grande ator) não é um mero sádico, mas uma figura complexa, neurótica, matizada.

O conflito surge quando Redford recusa se envolver nos abusos de poder que assiste, nos excessos de repressão e até mesmo nas provocações. O coronel manda construir, depois demolir e reconstruir novamente um muro no meio da prisão (há alguns personagens meio clichês como o jovem sensível destinado à tragédia, feito por Clifton Collins e o vigarista que vende coisas no mercado negro - Mark Ruffalo de "Conte Comigo"/"You Can Count on Me" - e que ficará nos dois lados conforme o momento.

Tudo isso acaba levando a uma batalha campal entre os prisioneiros liderados por Redford (sua figura une todos eles contra o inimigo em comum que é o Coronel) no que acaba sendo o clímax da história. A conclusão, segundo o Variety, é "semi-irônica, quase patriótica" e muita gente achará discutível. Ou seja, não é todo mundo que vai gostar. Mas curiosamente eu me envolvi na história, só mais tarde é que vieram as restrições.

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