Alguém como Você (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002

Nota 3

Não há como não ficar desapontado com esta fita fraquinha, tola e insossa, que não demonstra maior talento na direção por parte do ator Tony Goldwyn (neto do célebre produtor Samuel Goldwyn, o vilão de "Ghost" e que fez antes um simpático mas igualmente frio, "A Walk on theMoon").

Fica claro inclusive a mudança de título, já que a fita foi rodada como "Animal Husbandry" (Comportamento Animal como Marido) até porque toda a trama é baseada em cima de uma tese da heroína, Ashley Judd de que os homens se comportam da mesma forma que os animais, ou seja são polígamos (e agem exatamente como os touros, não gostam mais das "vacas velhas").

Uma cançãozinha final com o nome do título atual não muda muito o resultado. Até porque a principal atração da fita é seu elenco que não corresponde às expectativas. Ashley Judd, que é ainda uma das mulheres mais bonitas do cinema atual, já mostra sinais evidentes de cansaço. E não conseguiu se transformar numa atriz mais versátil, ainda mais em comédia. O australiano Hugh Jackman, em sua primeira interpretação depois de ter virado astro como Wolverine de "X-Men", está com cara de Clint Eastwood jovem, apático e sem maior carisma.

Na verdade, o casal não tem a menor química entre si e em momento nenhum dá para entender a rapidez com que o relacionamento entre eles é resolvido e solucionado. Dentre os coadjuvantes, quem se sai melhor é Marisa Tomei, no papel tradicional da melhor amiga e confidente, escada para a heroína. Igualmente triste é ver outra que não deu certo, mas sempre teve talento, Ellen Barkin, num papel ingrato e mal desenvolvido de apresentadora de tevê (como consolo é bom saber que ela é casada atualmente com um milionário).

Resta ainda Greg Kinnear, que desde a estréia em "Sabrina" continua fazendo tudo exatamente do mesmo jeito. Atores mal escalados, diretor apático e roteiro mal desenvolvido, resultam numa fita totalmente dispensável.