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Ficha completa do filme

Drama

Até o Fim (2001)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002
Nota 1

Este filme ficou esquecido quando a atriz Tilda Swinton não chegou a ficar na lista das cinco finalistas para o último Oscar. Não chegou a ser injustiça. Ela está bem (aliás está sempre, desde "Orlando", lembram-se?), mas tem preferência por filmes alternativos de circulação restrita. Portanto, não é famosa como poderia ser.

Na verdade, Tilda é bem esquisita. Muito alta, magra, sardenta, quase uma Meryl Streep feia, tem aqui um raro personagem forte para interpretar. O filme foi feito por uma dupla de realizadores, David Siegel e Scott McGehee, que havia se revelado com um filme em preto e branco, "Suture", 1992, que fez sucesso em Cannes e outros Festivais.

Quando outros projetos não engataram, resolveram aceitar esta produção modesta, que é refilmagem de um thriller pouco lembrado, "Na Teia do Destino/ The Reckless Moment", 1949, com James Mason e Joan Bennett. Atualizado e modificado, mas conservando a situação básica (a mãe do original tenta salvar a filha de um romance com um bandido aqui é ofilho gay). E de fato, a primeira parte dá certo.

Rodado à beira de um lago, o filme tem um belo visual, bom no enquadramento, na narrativa e consegue criar certo suspense. Tilda faz Margaret, que é casada com um piloto de jato (que portanto viaja muito e a deixa para cuidar da família e dos problemas da casa). Quando ela descobre que o filho (Jonathan Tucker, numa presença corajosa e eficiente) é homossexual, tudo se mistura, porque ele acidentalmente mata o amante mais velho e vigarista (na verdade, ele cai e morre, sem que o garoto perceba).

Mas a mãe quando acorda cedo no dia seguinte e encontra o corpo, toma a decisão de pegar o barco e jogá-lo num recife. Some com o corpo. Assume as conseqüências. Mas o jogo continua. Surge um outro bandido (feito pelo bonitão Goran Visjinic, que fez o seriado "ER"), que agora deseja dinheiro, faz chantagem, tudo por causa de um tape comprometedor que estaria em poder do filho. Mas como ela vai pagar?

Aí que o filme se atrapalha bastante. A resolução está longe de convencer, a mudança de comportamento de certos personagens é inverossímil e injustificável. Chega a prejudicar a fita. Não basta ser bem feita, bem interpretada, bem fotografada, é preciso também ter lógica e bom senso. E nesse ponto "Até o fim" derrapa.

Edição americana traz comentários em áudiodos roteiristas/produtores e diretores David e Scott, um documentário do Sundance Channel "A Anatomia de uma Cena", Making Of, galeria de fotos, Spot de TV e trailer de cinema deste e de outros títulos da distribuidora. No Brasil saiu primeiro em versão exclusiva para locação, sem extras.

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