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Ficha completa do filme

Animação

Atlantis - O Reino Perdido (2001)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002
Nota 1

Este é o segundo fracasso de bilheteria sucessivo do estúdio (depois de "A Nova Onda do Imperador", um desenho super divertido mas de que ninguém tomou conhecimento), ao mesmo tempo em que a rival Dreamworks conseguia um mega êxito com seu "Shrek" (além da bilheteria, o primeiro Oscar de Longa de Animação - para piorar, uma fita que debocha abertamentedos clichês de contos de fadas da Disney).

Mas o que falta justamente aos filmes recentes do estúdio são os contos de Fadas. Este filme comete o mesmo erro de que "Titan A E" (que levou a Fox a fechar seu departamento de animação). Ela é confusa e complicada demais para crianças e infantil e pouco violenta para adolescentes. Fica num meio termo que certamente explica a decepção de bilheteria. Mas por que os marketeiros do estúdio não perceberam isso antes, já que é tão óbvio?

Uma história extremamente banal e corriqueira, sem grandes lances e onde os melhores momentos me pareceram os pequenos detalhes que haviam sido criados por CGI (ou seja, computadores). Muito influenciado por "Vinte Mil Léguas Submarinas" (antigo sucesso do estúdio) e outras obras de Jules Verne, o filme não tem canções (a não ser alguns sons estilo New Age).

É basicamente uma aventura à la "Indiana Jones", sobre um jovem arqueologista, filho de outro cientista famoso, que sonha em encontrar a lendária Atlântida, o continente que haveria sido engolido pelas águas. Ele é financiado por um milionário inglês e cercado de mercenários (o filme não se dá muito ao trabalho de criar figuras secundárias marcantes e as poucas piadas ficam por conta de uma velha telefonista que passa a fita toda com um cigarro na boca, o que não é o melhor dos exemplos).

Eventualmente é mais rápido do que o desejável. Chegam até o lugar passando por alguns perigos (há dezenas de mortos que são descartados rapidamente, como se não tivessem importância) e onde logicamente os militares se revelam ambiciosos e cruéis (não se preocupam em provocar a destruição do lugar) e o herói vai resolvendo todos os enigmas com a ajuda de um bendito livro (que não se explica direito de onde veio).

Mas nem adianta entrar muito em detalhes, o filme tem um visual medíocre, nem feio, nem bonito. Não tem grandes mensagens, nem ao menos ecológicas. É de uma banalidade a toda prova, a gente assiste indiferente, sem tédio, mas também sem interesse maior. Um engano.

E quem deve estar rindo é Jeffrey Katzenberg, da Dreamworks, que havia sido o responsável pela reorganização do estúdio a partir de "A Pequena Sereia" e acabou sendo dispensado e preterido. Faltou um Katzenberg para tornar "Atlantis" algo mais do que uma bobagem.

Este é o quinto longa de animação da Disney feito em Widescreen, mas a versão nacional traz somente o formato Standard . Infelizmente, perde-se muito do visual. A edição lançada nos EUA é bem superior, em dois discos, com áudio em DTS e formato de tela Widescreen 235:1, com os mesmos extras da nacional e mais menus em 3-D, "Disney Pedia" (uma espécie de enciclopédia mostrando os fatos verídicos e fictícios de Atlantis), explore o modelo em 3-D do Submarino Ulysses, da Leviatan e do Diário de Shepherd, opção de tour pelos extras do DVD, onde você poderá assistir todos eles em seqüência, como falar em Atlantis (com o lingüista que desenvolveu esse alfabeto para o filme), "Whitmore Industries Industrial Film" (saiba mais sobre o sr Preston B Whitmore, responsável por financiar a expedição), featurettes sobre ahistória, direção de arte, música e som e publicidade.

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