Difícil encontrar um pior título nacional: dar o nome de um antigo cinema (ainda mais para São Paulo) só confunde as pessoas. De qualquer forma, a fita foi um dos maiores fracassos de crítica e bilheteria de 2001, o primeiro do diretor-roteirista Frank Darabont (que fez antes os queridos "A Espera de um Milagre" e "Um Sonho de Liberdade" e até agora parecia não errar nunca).
O filme, que custou 90 milhões não rendeu 20 e foi totalmente rejeitado pelo público. Talvez porque o astro da fita seja Jim Carrey, que tem uma rejeição muito grande por parte de certo público, que não vai ver filme dele de jeito nenhum, ainda mais quando a sério.
Desta vez, a história também não é boa Carrey faz um roteirista vitimado pelo Macarthismo. A reabertura do cinema dá chance para citar vários filmes desde "A Felicidade não se Compra", de Capra - com quem a fita procura ter certa semelhança, até "O Dia em que a Terra Parou" de Robert Wise, para dar o clima de Guerra Fria.
Se a fita é narrada de forma longa e esticada como o diretor gosta, é preciso ser muito crédulo para engolir a trama. Nem acho que exagerou na dose a tornando sentimental demais, é que tudo o que mostra sobre o Macarthismo, somado ao depoimento do herói no Congresso, não é apenas improvável. É também totalmente impossível e inviável (até pelas regras da Casa). Nem mesmo com a dose de nacionalismo que surgiu depois de 11 de setembro foi possível apreciar este elogio aos valores das cidades pequenas, as soluções fáceis e resoluções superficiais.
Não chega a ser um desastre, é só uma história que as pessoas não querem ver e com um ator que só é aceito fazendo chanchada (apesar de estar envelhecendo, Carrey nunca esteve tão contido, tão discreto).