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Ficha completa do filme

Animação

Monstros S. A. (2001)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002
Nota 5

Milagre: pela primeira vez a Disney lança um de seus longas de animação em uma edição dupla, excelente, (quase) igual a americana. Mas como estava muito bom para ser verdade, aqui lançaram apenas no formato de tela Standard, e não Widescreen como nos EUA. Apesar que não é muito correto colocar este desenho animado como sendo da Disney. É verdade que ela se associou ao pessoal da Pixar desde o começo, acertando com "Toy Story I e II" e "Vida de Inseto", mas antes disso eles já tinham levado alguns Oscars de Curta de Animação e seu estilo é muito particular, feito por efeitos digitais. Ou seja, o sucesso é mais mérito da Pixar do que da Disney (que realmente parece um pouco perdida em seus últimos desenhos: "A Nova Onda do Imperador" e "Atlantis - O Reino Perdido", que não deram muito certo).

Essa concorrência ficou mais acirrada porque neste ano houve, pela primeira vez, um Oscar para a categoria Longa de Animação, só que a escolha ficou com o rival "Shrek" (da Dreamworks). De qualquer forma, ele é muito legal, tem apelo também para adultos e certamente funciona melhor em sua versão original, no caso com a participação de John Goodman e Billy Crystal nos papéis centrais, ou seja respectivamente de James P. Sullivan (Sullivan) e Mike Wazowski.

A idéia toda é bem bolada. Passa-se em Monstropolis, uma espécie de universo paralelo, habitado exclusivamente por Monstros dos mais variados tipos e formatos. Para gerar energia, eles têm uma usina especializada em assustar crianças saindo de uma porta de armário (é o grito de pavor delas que irá gerar essa energia, já que curiosamente eles lá também tem problemas de falta de energia). Sulley é o campeão de eficiência dentre os Monstros, ou seja o mais assustador, o que naturalmente provoca muita inveja de seus rivais e orgulho de seu amigo e parceiro Mike.

O curioso é que nesse lugar sucede o oposto, são os monstros que têm medo das crianças, que são consideradas perigos mortais. O problema surge quando aparece uma menininha, Boo, que não se assusta, e ao contrário, entra pela porta adentro e se agarra com Sulley, provocando uma série de confusões, problemas, corridas, trapalhadas.

Muito bem roteirizado, tecnicamente impecável, engraçado, sem cair em excessos de mau gosto, o filme é sempre um prazer, onde o único problema é já termos nos acostumado com o padrão de qualidade da animação digital de tal maneira que nem se percebe mais sua evolução e brilhantismo. Não sei muito bem comparar com os outros filmes da Pixar, pois para mim todos são bons e igualmente recomendados. Aqui não há quase canções, apenas nos letreiros (Randy Newman: este sim parece se repetir, apesar de ter ganho aqui seu primeiro Oscar, pela canção "If I Didn't Have You") e aquelas brincadeiras de erros de gravação (ou filmagem), que alguns podem não ter visto nos cinemas brasileiros, porque só chegou tempos depois de já estar em cartaz.

O filme teve ainda indicações ao Oscar de Efeitos Sonoros e Trilha Musical. O curta que acompanhou o filme nos cinemas (e também está aqui em DVD), chamado "For The Birds", é uma delícia. Simples, direto, muito engraçado, e ganhou o Oscar de Curta de Animação de 2002. Edição excepcional (mesmo que sendo em formatode tela Standard, infelizmente), tem uma qualidade de imagem excelente, já que é retirada diretamente da fonte digital, sem perda de qualidade.

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