O Que Fazer em Caso de Incêndio? (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003

Nota 1

Moderno, ágil, inteligente, divertido, criativo, este filme alemão de Gregor Schnitzler é uma boa alternativa. Não é perfeito (tem alguns momentos bobos que parecem terem sido feitos para colocar música para videoclipe, algumas posturas clichês que só podem ser entendidas dentro do contexto muito particular de Berlim), mas é diferente e instigante.

Quem estrela é o maior galã alemão do momento, Til Schweiger, que é mal conhecido por aqui desde "Um Homem mais que Perfeito" (ele fez pontas em "Driven" com Stallone e "Mistério na Neve"). Mas todo o elenco é interessante e até atraente (os olhos de Doris Schretzmayer são uma parada). O único problema é que o filme está sendo anunciado como uma comédia, quando é mais um thriller, um suspense bem humorado.

A história é sobre seis anarquistas criativos e cinematográficos (fazem filmes) que no fim dos anos 80 colocam uma bomba caseira (a fita ensina como produzir) numa mansão. Mas ela só vai explodir 12 anos depois quando quase todos eles mudaram de vida. Dois deles, Till e um amigo que perdeu as pernas, ainda continuam os mesmos mas os outros foram adiante, um virou bem sucedido empresário, outro advogado, mãe de família e mulher de homem rico respectivamente.

Agora a investigação policial coloca a vida deles em risco e o jeito é voltarem a se encontrar para achar um jeito de destruir a prova, um velho filme, que está no porão do Palácio da Polícia. Como fazer para penetrar no lugar e destruir a evidência? Essa é basicamente a história do filme, que tem também o lado dos policiais (conflito entre burocrata e velho detetive, um pouco clichê) mas é no geral a celebração da amizade, dos velhos sonhos de justiça social antes que eles sejam corrompidos pela sociedade de consumo.

Uma trilha musical pesada (com rock pesado para o qual a língua alemã parece ter sido criada com perfeição) acaba dando o ritmo da narrativa. Ou seja, uma boa alternativa.