A Máfia volta ao Divã (2002)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003

Nota 3

Não achei esta continuação de "Máfia no Divã" ("Analyze This", 2000) tão ruim assim. Já os americanos acabaram com a fita, que foi um grande fracasso de bilheteria. Mesmo porque qualquer filme que brinca com a trilha musical de "West Side Story" tem sempre um lugar no meu coração (os personagens o usam na trama e depois ao final de novo).

Também não me choca o fato de ver Robert De Niro se repetindo e fazendo as mesmas caretas e trejeitos dos últimos filmes, porque nunca fui fã dele e sempre o achei superestimado. Portanto, agora que as pessoas começam a reclamar e perceber suas limitações, só me dá prazer de ter sacado isso antes.

É claro que qualquer continuação é sempre muito discutível, redundante e desnecessária. Mas feito pela mesma equipe, o filme tem suas sacadas, principalmente por causa de Billy Crystal (que me pareceu muito à vontade). Talvez nem todos gostem de seu estilo de humor, mas o fracasso do filme é mais provável por já ter sido explorado demais o filão, até mesmo na série "Família Soprano", que aqui no Brasil não tem o mesmo sucesso ou repercussão que nos EUA.

O trailer, como sempre, já conta tudo, evite-o. No caso, De Niro tenta conseguir emprego honesto e acaba sendo contratado para servir de conselheiro técnico para um seriado de TV (estrelado por Anthony LaPaglia), que lembra muito novamente "Família Soprano". E satirizando o seriado é que há algumas das melhores piadas, enquanto Cathy Moriarty (amiga de De Niro dos tempos de "Touro Indomável") faz uma vilã e tudo culmina num assalto de verdade. Lisa Kudrow tem muito pouco a fazer e dizer, e De Niro realmente abusa da mesma expressão a ponto de irritar. Mas serve de passatempo.