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Ficha completa do filme

Comédia

Casamento Grego (2002)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003
Nota 1

Foi a maior vergonha e surpresa do ano. Mais uma prova de que ninguém entende nada, ninguém é capaz de sacar qual é a do público. Este filme foi esnobado no Festival de Toronto e nenhum distribuidor pensou em lançá-lo. Mesmo sendo produzido por Tom Hanks e sua mulher, Rita Wilson. Afinal, era uma produção modesta, com elenco quase desconhecido (o mais famoso era o galã John Corbett que havia aparecido em "Sex and the City"), que havia custado apenas cinco milhões de dólares. Ou seja, não iria interessar a ninguém.

Acabou sendo distribuído por uma firma pequena, foi lançado em poucas salas e só aos poucos foi crescendo, fazendo sucesso pelo boca a boca, de tal forma que depois de 12 semanas, abriu para mais salas e se tornou o maior sucesso americano do ano e, em muitos anos (principalmente em relação ao custo), ultrapassando os 150 milhões de dólares de faturamento.

Alguém deveria ter tido mais confiança no faro do casal Hanks, que nunca erra (Rita é de origem grega como a protagonista da fita). A verdade, porém, é que o filme não é assim tão excepcional. Foi a média geral das fitas que piorou tanto que esta acaba fazendo sucesso porque fala de coisas e de gente normal. Quando eu o assisti, lembro que não testemunhava tantas risadas por minuto há tempos. Foi simplesmente a melhor comédia do ano (ao menos para o público, e teve indicação ao Oscar de Roteiro, dando origem à sitcom semanal de TV).

Engraçada, humana, divertida, sem baixaria, sem idiotice, acessível a todos e fácil de se identificar (mesmo para quem não é grego, vai ver alguma coisa de sua origem e família na fita).

Tom Hanks e sua mulher Rita Wilson descobriram o texto original da desconhecida Nia Vardalos (por sua vez inspirado num monólogo dela) e a ajudaram. Ninguém queria produzir, então eles se arriscaram e acertaram. A fita é muito legal e simples. A atriz Nia já tem 39 anos e é bem feiosa, com um olho para cá e o outro para lá, mas o galã John Corbett, é carismático e bonitão.

Filmes sobre casamento já existem muitos, mas sempre funcionam. Este aqui não perde uma piada, uma brincadeira, todas espirituosas, nenhuma apelativa. O elenco é ótimo e traz também gente que nem é grega é (como ajudia Lainie Kazan, que faz a mãe, e Andrea Martin, que faz a tia, e que também está no show "Oklahoma" na Broadway; além de Michael Constantine, que faz o pai, e é um dos poucos realmente gregos do elenco).

Cada um tem sua piada favorita. Vou dar um exemplo. Quando os pais do noivo, bem americanos, ou seja bem desinformados, sabem que a futura sogra é grega, comentam: "Você teve uma secretária que era grega, não é, ou seria armênia?" Depois de um longo tempo, chegam à conclusão. "Ela era da Guatemala!" Para americano, tudo é a mesma coisa. Mas o filme não é qualquer coisa. É comédia de costumes de primeira linha. Um sucesso merecido.

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