Bons atores, diretor competente, roteiro cheio de surpresas e reviravoltas prendem sempre a atenção: por que então "Crimes em PrimeiroGrau" não empolga e fica num meio termo? Talvez seja simplesmente um problema com a história, os personagens, o fato de ser difícil torcer pelo herói ou se envolver com uma Corte Marcial, mas está longe de ser ruim. O trabalho do diretor (que por sinal é negro) Carl Franklin é muito profissional. Não perde tempo em situar a história, faz tudo de forma dinâmica. Aqui se refaz a dupla com Ashley, que deu certo em "Beijos que Matam".
Não faltam clichês: Freeeman voltará a beber, Ashley será ameaçada de morte algumas vezes e sofrerá até atentado. Os militares são malencarados e injustos, a Corte Marcial tem as cartas marcadas mas mesmo assim eles tentam encontrar testemunhas, mas tudo é contado de maneira inteligente e até com ocasional senso de humor (por conta de Amanda Peetque faz a irmã da heroína).
O filme vai esquentando até um final inesperado e falso (porque a história prossegue por mais dez minutos com outro clímax). O fato é que não é um novo "Questão de Honra" (com Nicholson e Cruise, lembram-se?), mas sim um adequado passatempo. Saiu primeiro em edição "Vanilla", sem extras, exclusiva para locação.