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Ficha completa do filme

Documentário

Na Captura dos Friedmans (2002)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 02/11/2004
Nota 4
Na Captura dos Friedmans

"Na Captura dos Friedmans" não ganhou o Oscar de melhor documentário, mas merecia. É raro surgir um filme tão equilibrado e sensato sobre um assunto tão polêmico.

É verdade que o diretor também teve muita sorte: durante toda a crise familiar dos Friedmans, em que o pai e o filho mais velho são acusados, julgados e condenados por corrupção sexual de menores, tudo foi documentado pela própria família em vídeo caseiro. Tudo mesmo: discussões, crises, problemas, momentos raros de felicidade e muitos de tragédia.

Seria um filme quase pronto, mas o diretor Andrew Jarecki não se limitou a isso. Utilizou todo esse exuberante material, mas também entrevistou outros envolvidos e apresentou os dois lados. Assim, o filme não é uma defesa de vitimas de um erro judiciário, é uma visão sensível de uma tragédia em que há apenas perdedores.

Os Friedmans eram uma típica família de classe média-alta americana em Great Neck, estado de Nova York. Arnold Friedman era um professor aposentado que abriu uma escola de informática, antes de ser moda. Até que um dia um aluno o acusou de tentar molestá-lo sexualmente; acusou também o filho mais velho, Jesse.

Embora não houvesse provas e os testemunhos tivessem falhas (poderia ser um caso de acusação coletiva como vários), ambos foram condenados. Havia circunstâncias comprometedoras porque o pai era secretamente bissexual e o filme registra com muita amargura o comportamento da mulher/mãe, que não se conforma com o fato.

O documentário ouve os dois lados (os acusadores têm o rosto obscurecido) e não chega a tirar conclusões, o que só deixa o caso ainda mais intrigante. Saímos do cinema discutindo qual seria a verdade. O fato é que é um filme extraordinário, perturbador, muito melhor que outros longas de ficção que estão em cartaz. Quem gosta de bom cinema e boas polêmicas não pode perdê-lo.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 4

Não ganhou o Oscar de Melhor Documentário. Mas merecia. É raro surgir uma fita tão equilibrada, tão sensata, sobre um assunto tão polêmico. É verdade que o diretor também teve muita sorte. Imaginem só. Durante toda uma crise familiar dos Friedmans, quando um pai de família e o filho mais velho são acusados, julgados e presos por corrupção sexual de menores, tudo foi documentado em vídeo caseiro. Tudo: discussões, crises, problemas, momentos raros de felicidade e muitos de tragédia.

Seria um filme quase pronto. Mas o diretor Jarecki não se limitou a isso. Utilizou todo esse exuberante material e também entrevistou os outros envolvidos, apresentando os dois lados da moeda. Assim, não é uma defesa de vítimas de um erro judiciário, mas uma visão sensível de uma tragédia onde há apenas perdedores. Os Friedmans eram uma típica família de classe média-alta americana de bairro afluente em Great Neck, estado de Nova York. Arnold Friedman era um professor aposentado que abriu uma escola de computadores (antes que isso fosse moda). Até que um dia um aluno o acusou de tentar molestar sexualmente. Acusou também seu filho mais velho, Jesse.

Embora não houvessem provas e os testemunhos tivessem falhas (poderia ser um caso de acusação coletiva, como já houve vários), ambos foram condenados (havia circunstâncias comprometedoras porque o pai era secretamente bissexual e o filme registra com muita amargura o comportamento da esposa/mãe, que não se conforma com o fato). O documentário ouve os dois lados (os acusadores tem o rosto obscurecido) e não chega a tirar conclusões, o que só deixa o caso ainda mais intrigante. O fato é que é um filme extraordinário, perturbador, muito melhor que outras fitas de ficção que surgem por aí. Quem gosta de bom cinema e boas polêmicas não pode perdê-lo.

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