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Ficha completa do filme

Drama,Romance

Possessão (2002)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003
Nota 3

Não tem nada a ver com os filmes anteriores do diretor Neil LaBute. Este "Possessão" aliás tampouco é filme de terror como o título pode sugerir, mas uma história de amor, até meio antiquada, parecendo mais uma fita européia, francesa, daquelas intelectualizadas do que uma produção americana de estúdio.

O que é de se estranhar é que LaBute é hoje um dos mais criativos e implacáveis autores jovens do cinema americano, escrevendo também para o teatro e fazendo fitas que dão uma visão pessoal e muito negativa da humanidade e principalmente dos homens. Foi assim que conquistou uma reputação por causa de fitas como "Na Companhia de Homens" ("In the Company of Men", 1997), "Seus Amigos, Seus Vizinhos" ("Friends and Neighbours", 1998) e "Enfermeira Betty" ("Nurse Betty", 2000). Todos eles com seu ator preferido Aaron Eckhart que também faz o personagem aqui (e que as mulheres estão descobrindo e achando charmoso, várias já me comentaram sobre ele).

Só que neste caso, LaBute trabalhou em cima de uma obra alheia, nem o roteiro é dele, mas baseado num livro de sucesso lá fora, de A S Byatt. E que por sinal, lembra muito um filme de Meryl Streep, "A Mulher do Tenente Francês".

Conta duas histórias paralelas, a de um jovem pesquisador americano (Aaron) que estagia na Inglaterra numa universidade onde estuda a obra de uma famosa poetisa (os personagens são fictícios mas cheios de detalhes verossímeis) que deixou uma pequena obra e uma vida com segredos (há detalhes desconhecidos de sua vida). Sem querer, ele encontra um documento inédito e o esconde (um dos detalhes irritantes da fita é o clima de fofoca e intriga entre os intelectuais, todos correndo atrás de prestígio e fama que uma descoberta dessa traria). Aaron acaba pedindo ajuda a uma professora inglesa (Gwyneth Paltrow, outra vez fazendo sotaque britânico). E os dois vão pesquisando e também se envolvendo romanticamente, o que é meio óbvio. Paralelamente vamos acompanhando o outro casal, a escritora (Jennifer Ehle, que lembra muito Meryl Streep) que tem uma relação lésbica, mas mesmo assim se sente atraída por um escritor(Jeremy Northam) tendo com ele uma relação apaixonada e atormentada que se concluirá de forma trágica (o filme deixa supor uma coisa, mas teremos final inesperado).

Ou seja, são duas histórias de amor em dois planos e épocas diferentes, sendo que a antiga é logicamente mais interessante. O resultado é meio tortuoso, sempre bonito, correto e tocando mais a sensibilidade feminina e mais adulta. Eu particularmente prefiro os filmes cínicos e pessimistas do diretor a esta obra de encomenda. Quem diria que por trás do durão existia um romântico Um detalhe: o filme foi muito reduzido e cortado na edição final mas esta edição em DVD, não traz as muitas cenas excluídas. A trilha musical é de Gabriel Yared.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 3

Versão integral (aqui passou completo mas foi cortado nos EUA)deste filme que já era bizarro e o tempo ainda tornou mais esquisito e incompreensível. Na época o diretor polonês Zulawski estava em crescente prestígio (havia feito "O Importante é Amar" com Romy Schneider) mas depois se repetiu demais, em fitas cada vez mais histéricas e irritantes (teve uma longa relação também com Sophie Marceau).

Na verdade, resiste pelo trabalho dos atores, o jovem neozelandês Neil (bem antes de "Jurassic Park") e principalmente de Isabelle Adjani, que faz papel duplo, a doce professora e a heroína (o que dá margens a várias cenas de gritaria e briga e um momento inacreditável de histeria no metrô). Não é a toa que ela foi melhor atriz em Cannes e depois ganhou o César de atriz também.

Também é interessante a figura do monstro criado por Carlo Rambaldi (a cena em que a heroína transa sexualmente com ele é antológica) e o fato de terem rodado a fita em Berlim, com ruas vazias e a visão permanente do Muro. O filme porém é de difícil compreensão, é difícil justificar seu imaginário que vai crescendo a partir de um casal que tenta se reconciliar mas tem problemas porque ela foi infiel.

É tudo excessivo culminando com um final igualmente maluco. Num determinando momento, a tentação de desligar e fugir de tanta loucura. Inova com um aviso de desaconselhável para menores de 18 anos no início da fita. A capinha informa que o formato de tela é Standard mas na verdade é um bom Widescreen (e boa cópia).

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