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Ficha completa do filme

Suspense

Quarto do Pânico (2002)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003
Nota 1
Quarto do Pânico

É um dos velhos clichês do cinema, a velha história da jovem em perigo. No fundo aqui é a mesma situação (no caso mãe e filha em perigo) mas com uma diferença: a mulher é ativa, inteligente, esperta, capaz de sair da crise de infelicidade (por ter sido trocada por outra mais jovem) e enfrentar os bandidos com firmeza e coragem. Até porque o papel é de Jodie Foster, sem dúvida um símbolo da mulher moderna.

É o que torna diferente este thriller de suspense banal. Dá para entender porque ele estreou bem, mas depois não foi um super sucesso de bilheteria nos EUA. O que não dá para entender é porque David Fincher perdeu tempo fazendo este thriller rotineiro. Não tem a menor surpresa, reviravolta, ou lance mais interessante. É competente mas decepcionante. Parece que Fincher topou realizar o filme porque está com a barra suja depois do fracasso megalomaníaco e milionário de "Clube da Luta" e precisava provar que era confiável.

Jodie Foster, como todo mundo sabe, assumiu o papel quando Nicole Kidman, depois de uma semana, teve que largá-lo (por problemas do joelho machucado desde "Moulin Rouge" - aqui ela faz uma pontinha como a voz da namorada de Bauchau ao telefone). Foi melhor assim. Apesar de grávida (não se percebe), Jodie é mais adequada ao papel de esposa abandonada pelo marido rico (ooops, é a própria vida da Nicole, ou não?) que se refugia com uma filha num casa rica e nova (a filha parece um menino, ou seja lembra Jodie quando criança, que fez um tipo assim em "Alice não mora mais aqui").

Forest Whitaker faz o bandido bonzinho e relutante, Dwight Yoakam como o assassino sem escrúpulos e Jared Leto, fazendo o tipo sujinho para ficar feio, que é o líder do grupo. Para complicar a trama, a garota é diabética e precisa de injeção se não passa mal, conseguem chamar o ex-marido, Patrick Bauchau, depois aparece um policial investigando, tentam chamar o vizinho com sinais de lanterna. Enfim todos os clichês possíveis, sendo repetidos sem maiores novidades.

Fiquei esperando uma surpresa, um susto, uma reviravolta, alguma coisa de novo. Mas nada, o filme termina da forma quase esperada, da mesma maneira banal que começou (demora um pouco a engrenar e explicar tudo). Nem tem grandes lances de direção (a não ser que enfiar a câmera pelo buraco de fechadura - lógico que por efeito digital - seja uma grande coisa). Não é ruim, é medíocre.

Pensando bem dá para entender sim porque Fincher fez o filme. É que depois de fracassos como "Clube da Luta", precisava da credibilidade, precisava demonstrar que era capaz de fazer uma fita comercial, sem custos excessivos. E nisso acertou. Mas para o público a melhor coisa vai ser ver Jodie, poderosa e competente. Bota bandido para correr. Saiu em edição "Superbit", com áudio DTS.

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