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Ficha completa do filme

Aventura,Ação

XXX (Triplo X) (2002)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003
Nota 3
XXX (Triplo X)

Lançado inicialmente apenas para locação e em formato standard (full screen), o que significa que estraga a fita e que precisa do formato widescreen para seus enquadramentos terem algum sentido (tudo de perto fica ainda mais confuso e apressado). Temo que depois deste filme, James Bond nunca mais será o mesmo, já que aqui se apresenta seu sucessor "baixaria". Sem classe, feio, grosseiro, classe trabalhadora. Ou seja, chegamos ao ponto onde até a elegância e charme de 007 estão sendo superados pela obviedade de XXX, um agente secreto para o século 21.

O filme foi sucesso e terá continuação em 2004. Depois de Vin Diesel ter acertado com "Velozes e Furiosos", sob a direção de Rob Cohen, ele repete a dose, apresentando Vin Diesel como o Stallone da década. O que dizer de Vin? Ele é multi-racial (nunca dizem direito quais raças, mas deve ter negro e índio), feioso (lembra um pouco o nosso Alexandre Frota), mas esforçado (ele dirigiu e escreveu um curta que lhe abriu as portas para Spielberg, que o usou em "Soldado Ryan"), e com algum charme (não para mim, mas, às vezes, é melhor um feio com charme do que um bonitão sem graça, fica mais tolerável, em particular para o público masculino).

Enfim, aqui ele é um neo-Bond, ou seja, cabeça raspada (porque o moço esta ficando careca), todo cheio de tatuagens (a maior parte delas falsas) e fazendo feitos completamente malucos e impossíveis (tudo por conta dos efeitos especiais digitais, muitas vezes óbvios). Ou seja, Bond sem classe, finesse, elegância, tudo que caiu de moda.

Portanto, dá para entender o êxito entre os fãs de fitas de ação. Porque isso não falta (tem outro lado legal, as paisagens de Praga, que nunca apareceu tão fotogênica em cinema). A italiana e feia Asia Argento, filha do diretor Dario e neta de brasileira, faz o par romântico e Samuel L. Jackson (noutro papel dispensável, a diferença aqui é que tem seu rosto marcado por uma cicatriz de queimadura) se envolve em feitos completamente inverossímeis, e não há mesmo qualquer tentativa de torná-los lógicos.

O maior deles é provocar uma avalanche da qual XXX foge de skate. Difícil dizer qual a mais absurda, porque antes e depois ele fará outros feitos igualmente delirantes, a maior parte deles com uma moto que não falta voar. Suponho que seja proposital e tudo bem, é brincadeira, não chega a incomodar. Na tela certa, com pós-produção "state of the art", tudo bem, o filme fica até consumível. É ação para quem gosta e pronto. Classificado como "A Zona Xander" traz comentários em áudio auxiliar do diretor (legendados em português, espanhol, inglês), o diário da filmagem do diretor (que documentou tudo e está dividido em duas partes, "EUA, Pré-Produção" e "Praga, Pós-Produção", tudo legendado), extras ("Planejando Velocidade": "Os Veículos de Triple X"; "Projetando o Mundo de Triple X", "Diesel Motorisado", todos legendados), criação de efeitos especiais, comentados ou não ("Criando a Avalanche na Montanha", "Criando uma Avalanche", "Explosão na Cabana"), seis cenas inéditas com comentários opcionais do diretor, mas não legendadas, videoclipe (Gavin Rossdale, "Adrenaline"), filmografias e trailers.

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