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Ficha completa do filme

Drama

Aos Treze (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 1

Foi muito elogiado por uma parte da crítica e teve até uma indicação ao Oscar de Coadjuvante (Holly Hunter) e Globo de Ouro de Coadjuvante (para a excelente Evan Rachel Wood).

Eu não entendi toda a excitação em cima desta fita, que não passa de uma variante num tema geralmente mostrado em telefilmes, ou seja, os problemas familiares de uma mãe com filhos adolescentes, mais especificamente a garota que se envolve com os amigos errados, passa a usar piercing, se drogar, fazer sexo. Aquilo que os americanos chamam de "disfuncional".

Ou seja, a história, ainda que comum, também é banal e irritante. Detesto personagens burros e situações mostradas sem senso de humor. O que me espanta é que mais uma vez todos tenham entrado no que é basicamente um "gimmick", um truque de marketing que diferencia o filme de dezenas de outros, mas nem por isso lhe evita os clichês.

A diretora Catherine Hardwicke ficou amiga da filha de um ex-namorado, uma certa Nikki Reed, que teria escrito o roteiro aos 13 anos de idade. Duvido muito. Ela pode no máximo ter contado os fatos, a gíria, as situações e a diretora desenvolveu e lhe deu forma de roteiro.

Ainda assim, interpretando a si mesma, Nikki até que se sai bem. Mas o filme, aparentemente feito com suporte digital, reconta a história de uma teenager bem comportada (a já veterana Evan Rachel Wood, muito magra, bonita, lembrando por vezes Nicole Kidman), que fica amiga de uma colega popular na escola Evie (Nikki), que a leva para consumir drogas (a outra as vende), roubar em lojas, fazer piercing, transar com um rapper e assim por diante.

Holly Hunter ("O Piano") faz a mãe, que parece também ter problemas de drogas (freqüenta algo tipo AA, mas isso não se explica direito) e também tem um namorado drogado (Jeremy Sisto) e um ex-marido preocupado com negócios e desinteressado nos filhos.

A também ótima Deborah Kara Unger faz a tutora de Evie (outra figura que não se explica direito). Ou seja, outra vez a culpa é dos pais, da sociedade, dos tempos. Nunca da burrice, teimosia e cegueira dos jovens. Na verdade, o filme pode servir como catarse e discussão em famílias e escolas, que não tiverem medo da verdade (porque no Brasil, o buraco é ainda mais embaixo, mais grave do que a fita apresenta). Parece muito um "Kids", sem as ousadias. É bastante razoável, mas não extraordinário.

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