UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Drama

Cena Aberta (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 1

Uma idéia interessante de meta-linguagem, aproveitando a comunicabilidade extraordinária de Regina e o fato dela estar se exercitando na direção. A proposta é muito curiosa (e poderia cansar, mas os exemplos aqui são bem variados).

São histórias bastante conhecidas encenadas com gente do povo, duas delas, "As 3 Palavras Divinas" e "Negro Bonifácio" no interior do Rio Grande do Sul, onde se mostram ensaios (os atores aprendendo a falar com sotaque, andar a cavalo) e muitos deles demonstrando notável espontaneidade.

Regina interfere e as vezes faz o papel central (como em "Folhetim"). Mas sempre brincando. No caso de "Folhetim", eles seguem o livro fielmente, mas dando a impressão de que estão pedindo a opinião da equipe de produção, que por vezes contracena e sempre opina (mas evidente que já sabem a conclusão).

Silvio de Abreu dá uns conselhos dramatúrgicos (além de interpretar um médico que faz abortos) e até Xuxa faz rápida aparição (parecendo completamente perdida). Tudo passado nos bastidores de uma tevê.

"A Hora da Estrela" começa já com a morte da heroína, mostrando depois como foi feita a escolha da jovem que seria a garota nordestina que iria namorar Wagner. Tudo é muito brechtiano, ou seja, provoca o distanciamento do espectador que fica sabendo detalhes sobre os mecanismos e bastidores da televisão.

Ou seja, fica um pouco com cara de Making Of didático, o que é mais acentuado ainda porque todos eles têm comentários em áudio (mais introdução e por vezes, aparição deles num canto da tela, dos três diretores).

Pode não ser para qualquer um, mas é uma experiência de qualidade e sempre bem humorada. Traz como sub-título na capinha: "A magia de contar uma história".

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo