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Ficha completa do filme

Comédia

Doze é Demais (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 3

Correndo o risco de parecer saudosista, esta é uma refilmagem de "Papai Batuta" (mesmo título original), uma fita do começo dos anos 50, com Clifton Webb e Myrna Loy, que contava os problemas de uma família com 12 filhos e as dificuldades para criá-los (o DVD dele saiu nos EUA, assim como sua continuação "A Família do Gênio"/ "Belles on their Toes", mas não aqui). Embora oficialmente uma refilmagem, nada tem a ver com o anterior, embora inspirado na Família Gilbreth. Era uma comédia de situações, ingênua, mas com crítica social, romance, inspirada em fatos reais.

Mas hoje em dia não se sabe mais fazer nada disso e o resultado é uma chanchada mal construída, sem nexo ou sentido, que fez certo sucesso simplesmente porque tem no elenco, além de Steve Martin (que pouco tem a fazer como o pai dos 12 filhos), gente popular com os jovens, como Ashton Kutcher (que faz o namorado da filha mais velha Piper Perabo em três ou quatro seqüências de puro pastelão), o bonitão de "Smallville" que faz o jovem Superman (Tom Welling) e a atual ídolo das teens, Hilary Duff (que já ganhou dois discos de platina de seu CD, embora mal apareça na fita como a filha metida a fashion).

Não dá para levar a sério uma fita que faz o louvor das coisas erradas (da vida na cidade pequena, mesmo que isso signifique que eles não terão dinheiro para a universidade), onde crianças falam como adultos e se comportam como terroristas (não esqueço que em "Gata em Teto de Zinco Quente" as crianças são referidas como "monstros sem pescoço"), onde todo comportamento termina em desastre, onde ninguém tem personalidade ou individualidade etc e tal. E que no final, tudo volta atrás.

Ou seja, sua única finalidade é juntar um monte de gente, em quatro ou cinco situações caóticas que pretensamente devem fazer rir. Triste estado da comédia atual (quando bastava seguirem outros filmes e series de tevê que tem a mesma temática. tipo "Os Seus, os Meus e os Nossos"). Tudo é tão mal justificado que tentam nos convencer que o livro que a mãe (Bonnie Hunt) está lançando, seria aprovado, editado e lançado tudo na mesma semana. Enfim, é muito fraco e bobo (apesar de Joel Cohen co-assinar o roteiro). Mas fez mais de 110 milhões de dólares.

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