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Ficha completa do filme

Infantil

Ilha Rá-Tim-Bum em O Martelo de Vulcano (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 3

Não consigo entender quem foi o gênio que achou que "O Martelo de Vulcano" seria um título comercial e atraente para as crianças. Será que a intenção é parecer desenho japonês? Francamente, acho esquisito, até porque o programa que gerou o filme, "A Ilha Rá-Tim-Bum", da TV Cultura, nunca chegou a ser um sucesso popular (apesar de continuar a ser reprisado). Muito menos do que o anterior "O Castelo Rá-Tim-Bum".

Mas a boa notícia é que o filme é muito melhor, muito mais bem feito que os similares "Xuxa e os Duendes I e II". Os pais que assistirem junto dos filhos não irão se aborrecer. Rodado em alta definição, "O Martelo de Vulcano" tem uma enorme quantidade de efeitos digitais, alguns mais impressionantes (cria-se uma grande cobra tipo Medusa), outros menos evidentes (mas praticamente todos os exteriores são ou em estúdio ou digital).

Chegam mesmo a mostrar umas imagens inéditas e meio perturbadoras de São Paulo sendo destruída (o MASP em chamas, o obelisco do Ibirapuera caindo). Alguns pais podem achar a fita um pouco claustrofóbica, mas ao menos tem personagens interessantes e curiosos. E tem seus momentos educativos. O meu favorito é quando o vilão Nefasto (o bom Ernani Moraes) diz que aprendeu a mentir e sua parceira Polca (Bárbara Paz, que pasme quem só a conhecia da "Casa dos Artistas'" no SBT, é boa atriz) diz a frase lapidar, mais ou menos assim: "Não vai me dizer que você acredita em tudo que vê na tevê").

Dirigido pela talentosa Eliana Fonseca (que estréia em longa) e escrito pelo competente e experiente Flávio de Souza, o filme acerta fazendo logo no começo um resumo de todos os personagens e situações (claro que não se guarda tudo, mas ao menos tira a obrigação de futuras exposições). Ainda que intrigue o fato de que o tape que os meninos fazem não tem outra função, a não ser informar o espectador casual. Talvez um pouco longo, um pouco repetitivo, o filme porém se sustenta pelo elenco exemplar (sem falhas, mesmo os garotos), uma maquiagem criativa, uma direção de arte sugestiva, uma montagem funcional (que disfarça possíveis falhas).

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