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Ficha completa do filme

Drama

Monster - Desejo Assassino (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 1
Monster - Desejo Assassino

Se acharam que Nicole Kidman ficou diferente em "As Horas", esperem para ver Charlize Theron aqui (o título não se refere apenas à personagem, mas também a uma grande roda gigante que a apavorou quando criança). A transformação é espantosa e o Oscar que ela levou foi merecido. A sul-africana Charlize que é uma belíssima mulher (certamente a mais atraente de sua geração, com uma boa carreira em fitas como "O Advogado do Diabo", "Doce Novembro", "O Escorpião de Jade" e "Celebridade", os dois últimos de Woody Allen).

Para o filme ela conseguiu engordar (o corpo ficou enorme e deformado, o que é mostrado até sem roupa), ficar sardenta, inchada, feia, repulsiva mesmo. Coisa nunca vista desde Robert De Niro em "O Touro Indomável" e que por isso mesmo também lhe deu os principais prêmios do ano (inclusive o Globo de Ouro). Nada mais merecido. Ela também é co-produtora do filme que é de uma firma independente (a New Market, a mesma que topou distribuir "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson). E que foi dirigido por uma mulher, Patty Jenkins, e baseado em fatos reais.

Conta a história da primeira serial killer (feminina) que foi condenada e morta na prisão, uma certa Ailleen que era prostituta desde os 13 anos, até ficar de caso com uma garotinha (Christina Ricci, numa participação discreta mas boa). Por causa dela, primeiro mata em legítima defesa, depois vai roubando e matando para ficar com dinheiro para sustentá-la. É uma história pesada, narrada sem qualquer glamour e não especial talento (por vezes lembra um pouco "Meninos Não Choram").

O filme é visivelmente pobre, canhestro, realista (as cenas de estrada são verdadeiras). Mas tem bom elenco (Bruce Dern, Scott Wilson) e uma presença notável de Charlize. A princípio fica-se com a impressão de que ela está super representando, exagerada. Mas aí se vê imagens da mulher real e fica-se impressionado com a semelhança, como ela procurou copiar trejeitos, atitudes, postura. É um trabalho estupendo numa fita que não chega a corresponder (ou seja, ela carrega o filme, que é mal articulado). Vale conhecer seu trabalho.

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