O diretor de "Recomeçar" é Roger Michell, o mesmo de "Notting Hill". A história até que pode lembrar bastante a de "Alguém Tem que Ceder", com Diane Keaton, mas o tom é completamente diferente.
É um drama polêmico e intenso sobre uma mulher com aparência de mais de 60 anos que fica viúva. Ela é uma pessoa fria, que nunca cuidou direito dos filhos nem teve uma vida memorável ou feliz. Então ela e acaba se envolvendo com o namorado da própria filha, um sujeito ainda bonitão (Daniel Craig) e sem escrúpulos, que transa com a "sogra" numa boa.
E a senhora fica maluca, se submete até a certas humilhações (ele entra nessa por esporte e sem-vergonhice; ela não respeita nem o fato de a filha ser apaixonada por ele e o filho ser amigo do rapaz). O notável da fita é justamente isto: nada é bonitinho, ninguém é bonzinho ou simpático. São normais. Ou seja, desagradáveis, egoístas, falsos e falhos.
Hoje em dia, a maioria dos filmes faz justamente o oposto desse que não glamuriza os fatos nem as pessoas (a mulher é francamente nada atraente e ela mesmo comenta isso). Mas talvez por isso mesmo seja tão humano e tão tocante. O filme nem passou nos cinemas brasileiros, mas merece ser descoberto.
O público feminino deve ficar chocado e abalado. Quer maior elogio nesta época onde tudo é banal?
Uma curiosidade: Craig é o mesmo que atualmente tem sido considerado para virar o novo James Bond, o que seria um grande erro, embora seja convincente nesse tipo de papel mais rude.
Quem dirigiu foi Roger Michell, o mesmo de "Notting Hill". A história até que pode lembrar bastante "Alguém tem que Ceder", com Diane Keaton, mas o tom é completamente diferente. É um drama polêmico e intenso sobre uma mulher de bastante idade (não se diz quanto, mas ela aparenta mais de 60) que fica viúva.
É uma pessoa fria, que nunca cuidou direito dos filhos, nem teve uma vida memorável ou feliz. Fica com a ressentida filha e acaba se envolvendo com o namorado desta, um sujeito ainda bonitão (Daniel Craig) e sem escrúpulos, que transa com esta na maior. E a senhora fica maluca, se submete até a certas humilhações (o outro entra por esporte e sem vergonhice, ela não respeita nem o fato da filha ser apaixonada por ele, e o filho ser amigo do rapaz).
O notável da fita é justamente isso. Nada é bonitinho, ninguém é bonzinho ou simpático. São normais. Ou seja, até desagradáveis, egoístas, falsos e falhos. Hoje em dia tudo que é filme faz justamente o oposto deste, que não glamuriza os fatos nem as pessoas (a mulher francamente, não é nada atraente e ela mesma comenta isso). Mas talvez por isso mesmo seja tão humano e tão tocante.
O filme nem passou em nossos cinemas, mas merece ser descoberto. O público feminino irá se chocar e ficar abalado. Quer maior elogio nesta época onde tudo é banal.