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Ficha completa do filme

Drama

Saraband (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/08/2006
Nota 1

O diretor sueco Ingmar Bergman fez "Saraband" em digital para a TV e disse que seria seu último trabalho. E ele proibiu que o filme fosse exibido nos cinemas.

O longa é ostensivamente uma continuação de "Cenas de um Casamento" (1973), com o mesmo casal, muitos anos depois. Mas, na verdade, há problemas. Bergman perdeu seu rigor narrativo: a edição tem problemas, uma cena mostra paisagens como se fossem slides, usa mal o zoom e, na narração final, há corte desajeitado.

Além disso, os protagonistas, personagens observadores, pouco fazem. Ou seja, em vez de salientar o reencontro do casal, outro drama que interessa menos vem à tona: um pai incestuoso e incompetente que castra a filha e ameaça proibi-la de estudar fora.

O pai teve um grande amor na vida, uma mulher que morreu, e isso serve de pretexto para Bergman lamentar a morte de Ingrid Von Rossen, sua amada mulher, a quem o filme é dedicado. O filme tem um prólogo e epílogo, sempre com Liv Ullman mexendo nas fotos de família.

Mas o roteiro, dividido em dez capítulos, deixa de lado as filhas do casal. Uma não aparece porque mora na Austrália, e a outra está num sanatório, sem reconhecer ninguém, e só é vista no final do filme.

Liv fala para a câmera (o que deixa de fazer no meio para só retomar ao final) e os capítulos têm nomes interessantes, um deles falando novamente da "Hora do Lobo". Ou da Saraband e Bach (Saraband seriam suítes para violoncelo composto para duplas por Bach).

Mas o filme conta uma história de relativo interesse, em vez de aprofundar nos personagens que já conhecíamos. Ainda assim, a dupla veterana está excelente, apesar do Mal de Parkinson de Erland Josephson. Mas ninguém olha ou reage calada como Liv Ullman.

A edição em DVD tem ainda um excelente e detalhado making of, ainda que só legendado em inglês.

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