A Lenda do Tesouro Perdido (2004)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 07/06/2005

Nota 1

"A Lenda do Tesouro Perdido" não é nenhum novo "Indiana Jones", mas dá para o gasto. Como programa de matinê de domingo, é bastante divertido, com uma boa idéia e uma certa escassez de cenas de mais ação (praticamente há duas perseguições, uma delas a pé; o resto parece mais filme de assalto).

E, aqui, nem a canastrice de Nicolas Cage (Ben Gates) incomoda. Outra vantagem é que a violência é mínima, mas o trailer prometia mais. Dentro da tradição dos filmes sobre caçadores de tesouros, mostra-se uma família deles (como Indiana Jones), no caso um avô (Christopher Plummer) que ensina ao neto os truques do ofício e lhe dá uma mapa misterioso.

O filme tem um problema logo no início, que é uma longa exposição da história e dos fatos históricos que a cercam. Logo depois, há outra seqüência, também longa, explicando a possível localização do tesouro e das pistas que o levariam a ele.

A primeira parte se passa na neve, onde Cage encontra uma nave afundada no gelo (são tantas as improbabilidades que já fica claro que não é um filme para ser levado a sério). Dali em diante, fica-se sabendo do dilema do herói, que é forçado a roubar a Declaração de Independência dos EUA, exposta em Washington.

Atrás da moldura onde está a Declaração existem pistas que levarão Ben Gates ao maior tesouro de todos os tempos, talvez maior até do que o do rei Salomão. Como o papel está para ser roubado por outro bandido, antigo parceiro de Gates (Sean Bean, de "O Senhor dos Anéis"), o herói é obrigado a agir antes dele.

Logo ao grupo (formado também, como sempre, por um nerd especialista em tecnologia, Justin Bartha) se junta a mocinha, a diretora do museu, bela e jovem, interpretada pela alemã Diane Kruger, que está mais solta e mais bonita do que como Helena, em "Tróia".

O resto do filme, produzido por Jerry Bruckenheimer, especialista em filmes de ação, é a tal caçada ao tesouro, mas com um final inusitado para os padrões do gênero _ao menos não explode nenhum vulcão e destrói tudo. O filme acaba deixando a sensação de que se passaram mais de duas horas bem agradáveis.