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Ficha completa do filme

Aventura

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 11/01/2005
Nota 4

Difícil dizer se "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban", o terceiro capítulo da série, é melhor do que os anteriores, como afirmou a maior parte da critica estrangeira. A impressão é de que a história é mais fraca, há um tempo enorme gasto na exposição de novos personagens e situações. O ritmo parece lento, arrastado. E até os efeitos especiais são discutíveis (em particular na figura do lobisomem).

Neste terceiro "Harry Potter", ficou de fora o diretor Chris Columbus (que fez os anteriores, mas detém o crédito de co-produtor), substituído pelo mexicano Alfonso Cuarón, que fez sucesso com "E sua Mãe Também".

Mas eos produtores devem ter pensado que uma franquia como esta, já tão popular e estabelecida, não poderia ser modificada ou estragada _para o próximo chamaram o inglês Mike Newell, do fraco "O Sorriso de Mona Lisa". Ou seja, quem gosta, conhece, já leu o livro (ou livros) não vai deixar de ver o filme, não importa o diretor.

A franquia "Harry Potter" tem o charme de envelhecer com seu público. Aqueles que conheceram Harry Potter como molecote agora já o encontram como pré-adolescente (há rápidas insinuações de pegar na mão entre Ron e Hermione), o que justifica também o tom mais soturno, mais dark do filme (os anteriores eram até solares, mais coloridos).

Para o espectador casual, porém, fica difícil notar as diferenças na narrativa, fora o fato de virar filme de terror na parte final, ainda que com algumas soluções bem engenhosas na passagem de tempo. Há mais planos próximos, mais movimentos de câmera, mais sutileza em detalhes, menos habilidade no humor (a primeira seqüência em que a tia de Harry sai voando deixa um sabor meio amargo, como se o tom certo de piada não tivesse sido encontrado).

Há também maior número de atores novos na história, como Emma Thompson, que faz uma professora de adivinhações, Julie Christie, quase uma ponta, David Thewlis, no papel mais importante, o professor Lupin que tem participação ativa na história, e ainda o ótimo Gary Oldman. É ele quem faz o vilão central, Sirius Black, que foge de uma prisão e ameaça atacar Harry. Black é padrinho de batismo do bruxinho e foi grande amigo dos pais dele. Além desses atores há Richard Gambon, que substitui o falecido Richard Harris e faz tudo num tom mais leve.

A maior parte do filme vai criando clima, conta casos pitorescos e mostra figuras estranhas (como os Dementadores, espécie de almas penadas que sugam o espírito e que circundam a escola) ou divertidas (como Bicuço, meio cavalo, meio águia, um hipogrifo), além de um mapa (do Maroto), a cidade Mágica de Hogsmeade e a Casa dos Gritos. Tudo leva a pensar que logo o filme vai virar brinquedo de parque de diversões.

O clímax, porém, custa a chegar (e, repito, o lobisomem não é convincente) e não é especialmente emocionante. Não creio que a legião de fãs vá ficar decepcionada, mas também não vai criar novos admiradores.

Este filme sai em duas versões: uma para aluguel, sem extras, e outra mais completa para venda. Ambas têm apenas os formatos tela cheia e standard, não widescreen como deveria ser. A alegação é que as crianças, supostamente o público do filme, não gostam das barras pretas nas extremidades da tela.

Os extras do DVD estão na edição para venda em dois discos. No disco 2, tem sempre legendados nas três línguas, cenas inacabadas exclusivas, "Criando a Visão", entrevista com J.K. Rowling e os cineastas, "3 Desafios", Jonny Vaughan e a cabeça encolhida comandam entrevistas com o elenco, conjurando uma cena, Bastidores da criação de Bicuço e dos dementadores, conheça os treinadores de animais em Trato das criaturas mágicas, trailer de cinema dos 3 filmes de Harry Potter, prévia do videogame. Informações para DVD-ROM PC com linha do tempo Hogwarts e cartões mágicos.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 4

Difícil dizer se este terceiro capítulo é melhor do que os anteriores. A impressão é de que a história é mais fraca, há um tempo enorme gasto na exposição de novos personagens e situações. O ritmo parece lento, arrastado. E até os efeitos especiais são discutíveis (em particular na figura do lobisomem). Será que a Warner cometeu o mesmo erro que a Universal quando chamou um diretor de filmes de arte, como Ang Lee para realizar seu "Hulk"? Porque para este terceiro Harry Potter, ficou de fora o diretor Chris Columbus (que fez os anteriores mas retém um crédito de co-produtor) substituído pelo mexicano Alfonso Cuarón, que fez sucesso com "E sua Mãe Também" (que não é propriamente o tipo de filme que o credencia para fazer uma fita infanto-juvenil como esta). Mas eles devem ter pensado que uma franquia como esta, já tão popular e estabelecida não poderia ser modificada ou estragada (tanto que para o próximo chamaram o inglês Mike Newell do fraco O Sorriso de Mona Lisa).

Ou seja, quem gosta, conhece, já leu o livro (ou livros) e não vai deixar de ver o filme. E que tem o charme de ir envelhecendo com seu público. Aqueles que conheceram Harry Potter como molecote agora já o encontram como pré-adolescente (há rápidas insinuações de pegar na mão entre Ron e Hermione), o que justifica também o tom mais soturno, mais dark do filme (os anteriores eram até solares, mais coloridos). Para o espectador casual porém fica difícil notar as diferenças na narrativa (além do fato de virar fita de terror na parte final, ainda que com algumas soluções bem engenhosas na passagem de tempo). Há mais planos próximos, mais movimentos de câmera, mais sutileza em detalhes, menos habilidade no humor (a primeira seqüência em que a tia sai voando deixa um sabor meio amargo, como se não tivessem encontrado o tom certo de piada).

Há também maior número de atores novos entrando na história (em vez do falecido Richard Harris está Richard Gambon, que faz tudo noutro tom mais leve). Entre eles, Emma Thompson fazendo uma professora de adivinhações, Julie Christie (no que é pouco mais que uma ponta), David Thewlis (no papel mais importante, o professor Lupin que tem participação ativa na história) e ainda o ótimo Gary Oldman. É ele quem faz o vilão central, um certo Sirius Black que foge de uma prisão de alta segurança e ameaça vir atacar Harry (até porque é seu padrinho de batismo e foi grande amigo dos pais dele).

A maior parte do filme vai criando clima, contando casos pitorescos e figuras estranhas (como os Dementadores, espécie de almas penadas que sugam o espírito e que circundam a escola) ou divertidas (o Bicuço, meio cavalo, meio águia, um Hipogrifo) além de um mapa (do Maroto), a cidade Mágica de Hogsmeade, a Casa dos Gritos, tudo levando a pensar que logo o filme vai virar brinquedo (ride) de parque de diversões.

O clímax porém custa a chegar (e repito, o lobisomem não é convincente) e não é especialmente emocionante. Não creio que a legião de fãs vá ficar decepcionada. Somente não vai criar novos admiradores. Saiu em duas edições, uma simples com formato de tela Standard, e a outra em Widescreen com os extras.

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