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Ficha completa do filme

Drama

Hotel Ruanda (2004)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 07/02/2006
Nota 1

"Hotel Ruanda" poderia ter sido um filme quase desconhecido, mas que graças a sua coragem e temática concorreu aos Oscar de melhor ator (Don Cheadle, muito versátil e um dia pode chegar lá), atriz coadjuvante (a talentosa Sophie Okoneko) e roteiro (do diretor irlandês Terry George).

Infelizmente o filme não fez sucesso nem no exterior e nem no Brasil, onde existe o preconceito contra os filmes sobre negros e sobre tragédias. Trata-se do genocídio dos tutsis pelos hutus, que ocorreu em Ruanda, em 1994 e que aqui é contada soba a perspectiva de um feito de heroísmo. O mundo fechou os olhos para a matança, enquanto ocorria outra, na Bósnia e Sérvia.

No caso africano, não havia interesses econômicos envolvidos, por isso a ONU e mesmo os EUA são francamente criticados nos filme por não terem agido de modo eficiente para impedir o massacre de cerca de 1 milhão de pessoas.

Pena que o irlandês Terry George (roteirista e diretor de "Mães em Luta") tenha feito um filme frio, neutro, até medíocre sobre um assunto explosivo. "Hotel Ruanda" conta a história de Paul Rusesabagina (Don Cheadle), gerente de um hotel de luxo, que salvou a vida de cerca de 1.200 pessoas, abrigando-as, por meio de truques, jogadas e corrupção, e evitando que elas fossem massacrados pelas milícias.

Como o filme explica, os belgas começaram o problema quando dividiram os habitantes do país em duas etnias (o que não era verdade): os mais altos e bonitos (tutsis) e os mais pobres e feios (hutus), criando um ódio mortal entre eles, cuja diferneciação "marcante" estava no nariz.

Paul é hutu e bem-sucedido, e é casado com uma tutsi. O país está um caos, há rebelião dos dois lados. Mas do lado do governo, os civis tiveram acesso a armas de fogo e matavam pessoas a esmo.

É coisa de gritar ou chorar, mas o filme fica numa banal história de hotel sitiado com lamúrias da mulher do gerente, traição dos colegas e total falta de clima.

Nick Nolte faz muito mal o chefe da ONU local, que não tem poder ou armas (funciona para dar informações e fazer a história caminhar). O maior mérito do filme é o trabalho do ator Don Cheadle (também em "Doze Homens e Outro Segredo"), que sempre foi um intérprete versátil e competente. Ou seja, não chega a ser o grande filme que o assunto merecia, mas é corajoso, importante, sério, bem interpretado e tem cenas inesquecíveis.

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