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Ficha completa do filme

Ação

O Clã das Adagas Voadoras (2004)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 03/08/2005
Nota 5

Ao contrário de parte da crítica brasileira, eu ainda prefiro o filme anterior do diretor Zhang Yimou, "Herói", de 2002, a este "O Clã das Adagas Voadoras". Mas considero essa nova aventura de excelente qualidade, grande poesia e beleza plástica.

A verdade é que "O Clã das Adagas Voadoras" é um filme mais linear, com uma trama bem mais previsível, embora tenha certas reviravoltas e se pretenda a algumas surpresas; a história da prisioneira e do espião se apaixonarem é tradicional, a evolução para um triângulo amoroso é inesperado.

O "problema" é que se trata de um filme de amor, uma "lovestory" e, por isso, pode frustrar o espectador masculino, que espera mais ação e menos sentimento. Não chega a ter o impacto visual no uso das cores de "Herói", mas ainda é um filme extremamente caprichado nos enquadramentos, no hábil uso dos efeitos digitais, nos figurinos e na sua esplêndida fotografia, indicada ao Oscar.

Não custa repetir que Yimou já havia sido diretor de fotografia e tem um domínio grande no uso das cores (o filme tem, por exemplo, uma luta nos bambuzais que deixa uma similar de "O Tigre e o Dragão" no chinelo).

Logo nos primeiros dez minutos tem uma cena espetacular, talvez a melhor do filme, que é a dança do Eco, com Ziyi dançando com os véus e tambores, uma maravilha.

Aos poucos, a história é esclarecida. Por volta do No ano 800 d.C., uma sociedade secreta chamada O Clã das Adagas Voadoras (são especialmente hábeis no manuseio de adagas mortais) tenta derrubar o governo. Um oficial do exército governista seqüestra uma jovem dançarina cega, que ele acha que é a filha do ex-chefe do clã, pensando em segui-la até o esconderijo deles. Ou seja, uma situação clássica de aventura.

Mas no caminho teremos uma série de surpresas e alguns entreatos marcantes: um romance no campo de flores silvestres, que logo se transforma em campo de batalha; outro num bambuzal, e finalmente um acerto de contas numa montanha (onde há uma tempestade de neve rodada na Ucrânia). O filme vai ficando cada vez mais intenso, apaixonado, por vezes arrebatador e romântico.

Um detalhe interessante: o filme é dedicado a uma atriz chinesa Anita Mui, que, pelo jeito, faria o papel da líder do clã, mas que sofria de câncer e morreu antes de rodar seu papel. Em vez de substitui-la, preferiu-se deixar o personagem de fora. Outra curiosidade: a tradução literal do título chinês é "Emboscada Vinda de Dez Direções".

Edição em DVD traz comentário do diretor e da atriz Ziyi Zhang, clipe música "Lovers", de Kathleen Battle, storyboard, making of (de 45 minutos), galeria de fotos, making of dos efeitos visuais, trailers. Tudo legendado.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 5

Ao contrário de parte da crítica brasileira, eu ainda prefiro o filme anterior do diretor, "Herói". Mas considero esta nova aventura do mesmo diretor Zhang Yumou e equipe, de excelente qualidade, grande poesia e beleza plástica.

Mas a verdade é que este é um filme mais linear, com uma trama bem mais previsível (embora tenha certas reviravoltas e pretenda algumas surpresas, a história da prisioneira e do espião se apaixonarem é tradicional, embora a evolução para um triângulo amoroso seja inesperado). O problema comercial é que é um filme de amor, basicamente uma love-story e por isso frustra o espectador masculino, que esperava ainda mais ação e menos sentimento.

Não chega a ter o impacto visual no uso das cores de "Herói", mas ainda é um filme extremamente caprichado nos enquadramentos, no hábil uso dos efeitos digitais, nos figurinos e na sua esplêndida Fotografia indicada ao Oscar. Não custa repetir que Yimou foi Diretor de Fotografia antes e por isso tem um domínio tão grande no uso das cores (o filme tem por exemplo, uma luta nos bambuzais que deixa uma similar de "O Tigre e o Dragão" no chinelo).

Fico meio intrigado com as poucas cenas em interiores feitos em estúdio, que tem cenografia com cores intensas (a prisão, o bordel e a casa do Clã). Parece que ele começa de forma proposital, um pouco convencional, até quadrado. Logo nos primeiros dez minutos tem uma cena espetacular, talvez a melhor do filme, que é a dança do Eco, com Ziyi dançando com os véus e tambores (que é uma maravilha).

Aos poucos vai se entendendo a história. No ano 800 e pouco da Era Cristã, uma sociedade secreta chamada O Clã das Adagas Voadoras (porque são especialmente hábeis em jogar adagas mortais) tenta derrubar o governo. Um oficial do exército governista seqüestra uma jovem dançarina cega, que ele acha que é a filha do ex-chefe do Clã, pensando em segui-la até o esconderijo deles. Ou seja, uma situação clássica de aventura.

Mas no caminho teremos uma série de surpresas e alguns entreatos marcantes: um romance no campo de flores silvestres que logo se transforma em campo de batalha, outro num bambuzal e finalmente um acerto de contas numa montanha (onde terá uma tempestade de neve rodada na Ucrânia).

O filme vai ficando cada vez mais intenso, apaixonado, por vezes arrebatador e romântico (um detalhe interessante: o filme é dedicado à atriz/estrela chinesa Anita Mui, que pelo jeito faria o papel da líder do Clã, mas que sofria de câncer e morreu antes de rodar seu papel. Em vez de substituí-la, preferiu-se deixar o personagem de fora. Outra curiosidade: a tradução literal do título chinês é "Emboscada vinda de Dez Direções"). E confirma o talento e estrela de Ziyi.

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