"O Prisioneiro da Grade de Ferro" não é um filme baseado em Alexandre Dumas, mas uma espécie de filme companheiro de "Carandiru", de Hector Babenco, que, aliá, mostra o doutor Dráusio Varella, o autor do livro que deu origem ao filme de Babenco.
O filme de Paulo Sacramento custa um pouco a engrenar, mostrando o cotidiano do Carandiru com depoimentos não especialmente tocantes. Melhora na parte final, quando os presos tomam as palavras. A única ousadia do documentário é mostrar alguns deles plantando e distribuindo maconha dentro do presídio.
Exceto isso, todos os depoimentos são parciais e pouco reveladores _obviamente nenhum dos presos faz revelações bombásticas, sempre são cuidadosos e até bastante articulados. Sem dúvida, o filme dá uma visão humana dos prisioneiros e condena a prisão (a cena inicial é sua implosão).
Mas a idéia é melhor do que propriamente sua execução. Mesmo assim ganhou vários prêmios internacionais: estreante no Festival de Tribecca, em NY e LA; Festival de Málaga, É Tudo Verdade, Festival do Rio, prêmio dos críticos em Gramado etc.