UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Romance

Três Vidas e um Destino (2004)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005
Nota 3

Parecia um filme interessante: a primeira reunião na tela da premiada com o Oscar Charlize Theron com seu namorado de longa data (e parece que logo marido), o inglês Stuart Townsend.

Tendo ainda como lambuja um triângulo amoroso com a espanhola Penélope Cruz e algumas prometidas cenas de erotismo (sempre bem-vindas nestes tempos pudicos). Mas não espere muito. É uma trama velha, já vista outras vezes, em que Charlize não demonstra qualquer talento especial.

O diretor inglês Duigan (que é cunhado de Bruce Beresford e foi casado com Thandie Newton) costuma realizar esses filmes medianos, de alguma pretensão como "Sereias", com Hugh Grant, "O Sedutor", com Bon Jovi, "Experimentando a Vida", com Elisabeth Shue de deficiente mental, e o anterior "Um Oficial em Apuros" ("The Parole Officer", 2001, com Steve Coogan, visto apenas na tevê por assinatura). Ou seja, não está numa fase muito boa de sua carreira.

Esta história antiquada e romântica é passada nos anos 30, quando Towsend ("A Rainha dos Condenados", "A Liga Extraordinária"), na Faculdade de Cambridge, na Inglaterra, é um estudante que conhece a garota rica e mais popular do lugar, que ele livra de uma situação embaraçosa. Ela é Gilda Blessé, herdeira milionária de um francês e amante de um professor. Se apaixona por ela, que o trata como amigo.

Passam-se os anos, e o herói vai atrás dela, que agora vive como fotógrafa em Paris, num apartamento onde também recolhe uma refugiada espanhola em apuros (Penélope) e com quem tem uma relação ambígua.

Mas o curso da história muda e os dois, Penélope e Stuart sentem-se obrigados a irem lutar contra a expansão do nazi-fascismo. Enquanto Gilda prefere manter seu estilo de vida, inclusive tendo caso com um alemão.

Esse script poderia muito bem ter sido feito nos anos 30 ou 40 (com as adaptações naturais), com alguma Joan Crawford ou Greta Garbo nos estúdios da Metro, e teria sido melhor entendido pelo público. Hoje parece tremendamente sentimental, inclusive na sua conclusão. Coisa de telenovela e folhetim. Que nem o elenco fotogênico consegue justificar.

Rodado originalmente no Canadá, o filme ganhou os prêmios Genie (Oscar local) de Trilha Musical, Montagem, Figurino, Fotografia e foi indicado ainda para Direção de Arte, Mixagem, Som (o que demonstra que o filme é bonito e bastante bem produzido). Foi ainda Melhor Filme do Festival de Milão (que deve ter sido muito fraco pelo jeito).

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo