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Ficha completa do filme

Comédia Romântica

A Garota da Vitrine (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 3

Você está acostumado a esperar de Steve Martin comédias rasgadas, com muito humor visual, digo pastelão (a nova "Pantera Cor de Rosa", a série "Doze é Demais"). Mas ele muda completamente de tom agora com esse "Shopgirl", que foi inspirado num livro de autoria do próprio Steve.

Acontece que na vida particular ele é um homem muito sofisticado, fechado, colecionador de arte e até um pouco frio e chato. Este romance reflete um pouco isso, mostrando de forma delicada, mas sem graça, o romance de uma balconista (o título nacional está completamente errado) com um homem rico e mais velho (o próprio Martin).

Pouco acontece de especial e também por isso foi mais um fracasso de bilheteria. Até porque fãs de Martin irão se decepcionar. Foi o próprio quem fez o roteiro de um livro curto seu (que por acaso eu havia lido e achado medíocre). Passou a direção para o tailandês Anand Tucker, que eu tinha esquecido que havia dirigido antes o bom "Hilary e Jackie" (1998), seu filme anterior.

É evidente que Steve foi a personalidade dominante do projeto, controlando absolutamente tudo, inclusive a visão sofisticada de Los Angeles (cidade que ele adora e glorificou em "L.A. Story"). Mas a trama é muito fraquinha.

Não gosto particularmente de Claire (a ex-"Romeu e Julieta", com DiCaprio) que serve para interpretar a moça do interior que vende luvas numa grande magazine e cai nas graças de um homem rico, que a leva aos melhores lugares e mantém com ela um romance morno, sem grandes lances e esperanças. Para dar maior sabor, cria-se um conflito maior com outro rival, um cara chato e irritante, com pretensões a cineastas que de vez em quando também corteja a heroína (papel ideal para o chato e irritante Jason, sobrinho de Coppola e filho de Talia Shire).

Isso provoca algumas risadinhas mas nada de mais consistente. Mesmo porque o filme, com certa elegância, caminhará até o desenlace sem surpresas. É curioso se observar como Martin não envelheceu nestes mais de 25 anos que é astro (desde 1979 com "O Panaca"/ "The Jerk") e mesmo tendo 60 anos está extremamente conservado. Da até para aceitar como par romântico.

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