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Ficha completa do filme

Ficção Científica

A Ilha (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 14/12/2005
Nota 1

Nem todo filme que fracassa nas bilheterias dos EUA é ruim. Veja o caso de "A Ilha", de Michael Bay, cujos cinco filmes anteriores foram sucesso de público, de "Bad Boys" a "Pearl Harbor". O filme, produzido pela DreamWorks, custou US$ 120 milhões e faturou apenas US$ 32 milhões em duas semanas nos EUA.

Embora tenha vários clichês de roteiro, trama do filme é interessante e contém algumas cenas espetaculares de ação, como o público do diretor exige. Mas será que histórias de clones ficaram difíceis demais para o público?

"A Ilha" é uma fantasia que se passa num futuro próximo, em que a clonagem é uma prática normal e aceita, ainda que com riscos. Por US$ 5 milhões de dólares, uma pessoa pode encomendar um clone, que funciona como uma espécie de seguro de vida, que estará à disposição para quando houver necessidade de transplantes.

Isso cria um dilema moral: será que esses clones são humanos, apesar de surgirem já adultos? Mas viver mais uns 50, 60 anos não tem preço nem moral _é melhor, portanto, os clones nem saberem o que se passa nos bastidores.

Aqui se conta a história de Lincoln Six-Echo (o escocês Ewan McGregor), que vive num lugar isolado e ultramoderno, numa sociedade muito vigiada e controlada. Acontece que ele tem pesadelos e está insatisfeito, sente que deve ter algo mais na vida. Começa a fazer pesquisas e aos poucos descobre que o mundo não está contaminado como supunha.

E descobre que a história da ilha é conversa fiada. Para manter a esperança dos moradores, algumas pessoas seriam sorteadas para ir a uma ilha paradisíaca, a única que teria sobrado depois de um desastre. Os clones não sabem que os sorteados são aqueles cujos donos vão utilizá-los e que serão exterminados depois disso. A ilha, portanto, é uma mentira.

Lincoln mantém também um romance, ainda que pudico com Jordan 2-Delta (Scarlett Johansson, outra vez inexpressiva), que foi eleita para a ir à ilha. Diante da crise e das descobertas, ele tenta escapar dali com Jordan.

Como é um filme de ação, os dois contam com a ajuda de um amigo (Steve Buscemi, a melhor figura do filme, que compõe um personagem bastante humano) e escapam para a cidade grande, no caso Los Angeles, onde a idéia é descobrir e falar com seus donos (McGregor também interpreta o dono do clone, mudando ligeiramente os sotaques).

Se começa como ficção-científica, logo o filme se transforma em pura ação, com algumas seqüências fortes de perseguição nos arranha-céus da cidade e em estradas.

Tudo muito movimentado e eficiente, como era de esperar de um filme do diretor Bay. As tolices (os romances, coincidências e reviravoltas muito esperadas) são desculpáveis e não comprometem nem o lado divertido nem o lado sério.

Este parecia um momento apropriado para discutir a questão moral da clonagem num filme grande como esse. Apesar do fracasso de bilheteria nos EUA, o filme foi bem no exterior.

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